Neiry Primo Alessi 1
Vera Lucia Navarro 2
Resumo O presente trabalho destaca a análise do processo de trabalho do cortador da cana-deaçúcar na região nordeste do Estado de São Paulo, Brasil, buscando apreender os seus padrões de desgaste-reprodução. Com base em observações diretas, entrevistas com trabalhadores e outros agentes envolvidos na produção e consultas à bibliografia pertinente, a análise desenvolvida revela a exposição diária dos cortadores de cana a cargas físicas, químicas e biológicas, que se traduzem em uma série de doenças, traumas, ou acidentes a elas relacionadas: dermatites, conjuntivites, desidratação, cãimbras, dispnéias, infecções respiratórias, alterações da pressão arterial, ferimentos e outros acidentes; destacando-se também cargas biopsíquicas configurando padrões de desgaste manifestos através de dores na coluna vertebral, dores torácicas, lombares, de cabeça e tensão nervosa e outros tipos de manifestações psicossomáticas. O estudo desse processo de trabalho permitiu não apenas detectar as condições insalubres do trabalho, mas também delinear um quadro das condições e meios de que o capital se vale, no Brasil, no seu processo de auto-reprodução, particularmente, no setor agro-industrial.
Palavras-chave Saúde do Trabalhador; Trabalhadores Rurais; Acidentes do Trabalho; Saúde
Rural.
domingo, 24 de julho de 2011
A TECNOLOGIA EM UM SETOR CONTROLADO: O CASO DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA EM SÃO PAULO
WALTER BELIK
Resumo
O presente estudo procurou investigar o funcionamento do aparato de pesquisa agronômica voltado para a cana-de-açúcar em São Paulo. Para tanto, analisou-se a evolução da agroindústria canavieira paulista, destacando-se os saltos tecnológicos verificados nas últimas décadas. A partir desta caracterização, procurou-se comparar o funcionamento das instituições de pesquisa pública e do Centro de Tecnologia Copersucar, pertencente a um dos maiores conglomerados econômicos em atividade no Brasil. Tendo em vista este quadro comparativo, verificou-se uma virtual divisão de critérios e finalidades nas linhas de pesquisa em execução. Observou-se também, de maneira clara, como se dá o retorno sobre o investimento em uma instituição de pesquisa particular e as suas especificidades em termos de um setor sob controle do Estado. Por fim, apresentaram-se algumas considerações sobre o desenvolvimento da cultura de cana-de-açúcar no Brasil e seus possíveis desafios tecnológicos para os próximos anos.
Texto Completo: PDF
https://seer.sct.embrapa.br/index.php/cct/article/viewFile/9250/5284
quarta-feira, 20 de julho de 2011
O QUE É O URBANO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
Roberto Luís Monte-Mór
Conceitos centrais da vida contemporânea—política, civilização, cidadania—derivam da forma e organização da cidade. A cidade expressa a divisão sócio-espacial do trabalho e Henri Lefebvre propõe pensar sua transformação a partir de um continuum que se estende da cidade política ao urbano, onde se completa a dominação sobre o campo.
A efetiva passagem da cidade ao urbano foi marcada pela tomada da cidade pela indústria trazendo a produção—e o proletariado—para o espaço do poder. A cidade, lócus do excedente, do poder e da festa, cenário privilegiado da reprodução social, ficou assim subordinada à lógica da indústria. A cidade sofreu então um duplo processo: sua centralidade implodiu sobre si mesma e sua periferia explodiu sobre o entorno sob a forma de tecido urbano, que acabou por carregar consigo o germe da polis e da civitas. Assim, a práxis urbana, antes restrita à cidade, re-politizou todo o espaço social.
No Brasil, o urbano teve sua origem na política ao mesmo tempo concentradora e integradora dos governos militares que deram seqüência à centralização e expansionismo Varguista e interiorização desenvolvimentista Juscelinista. Hoje, o urbano-industrial se impõe virtualmente a todo o espaço social, na urbanização extensiva dos nossos dias.
A efetiva passagem da cidade ao urbano foi marcada pela tomada da cidade pela indústria trazendo a produção—e o proletariado—para o espaço do poder. A cidade, lócus do excedente, do poder e da festa, cenário privilegiado da reprodução social, ficou assim subordinada à lógica da indústria. A cidade sofreu então um duplo processo: sua centralidade implodiu sobre si mesma e sua periferia explodiu sobre o entorno sob a forma de tecido urbano, que acabou por carregar consigo o germe da polis e da civitas. Assim, a práxis urbana, antes restrita à cidade, re-politizou todo o espaço social.
No Brasil, o urbano teve sua origem na política ao mesmo tempo concentradora e integradora dos governos militares que deram seqüência à centralização e expansionismo Varguista e interiorização desenvolvimentista Juscelinista. Hoje, o urbano-industrial se impõe virtualmente a todo o espaço social, na urbanização extensiva dos nossos dias.
Palavras chave: cidade, Lefebvre, urbano, urbanização extensiva
CEDEPLAR/FACE/UFMG - BELO HORIZONTE - 2006
http://mirage.cedeplar.ufmg.br/pesquisas/td/TD%20281.pdf
sexta-feira, 15 de julho de 2011
A RESIGNIFICAÇÃO DO RURAL E AS RELAÇÕES CIDADE-CAMPO: UMA CONTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
João Rua
Contribuição para o debate acerca da conceituação do rural, travado por alguns dos principais autores da teoria social crítica, que focalizam este tema, e como eles teorizam sobre as territorialidades resultantes da interação entre o urbano e o rural. Os elementos obtidos nas principais abordagens, sugerem que uma outra dialética pode conduzir-nos à idéia de “urbanidades no rural”, considerando-as como manifestações de espaços híbridos, nos quais urbano e rural integram-se e todas as formas de combinações. Esta abordagem pode mostrar alternativas analíticas que atenuem as limitações das perspectivas principais.
Revista da ANPEGE, Nº 2 (2005)
quarta-feira, 13 de julho de 2011
IGUAÇU (IAC-21) E ARAGUAIA (IAC-22): CULTIVARES DE TRIGO DE SEQUEIRO PARA O ESTADO DE SÃO PAULO
JOÃO CARLOS FELÍCIO, CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRA CAMARGO, BENEDITO DE CAMARGO BARROS e POLICARPO VITTI
Em experimentos localizados nas principais regiões tritícolas paulistas, comparou-se a produtividade e as reaçdes aos agentes de ferrugem-do-colmo e da folha, bem como as qualidades industriais de panificação de dois novos cultivares de trigo - Iguaçu (IAC-21) e Araguaia (IAC-22) - provenientes de cruzamentos artificiais e obtidos por seleção por método genealógico, com os cultivares BH-1146 e Maringá (IAC-5). A produção média de grãos do 'Iguaçu' foi 8% e 12% estatisticamente superior respectivamente aos cultivares testemunhas, e o 'Araguaia' superou-os em 5 e 14%.
Os novos cultivares apresentaram, ao longo dos cinco anos de estudo, menores níveis de infecção de ferrugem-do-colmo que as testemunhas, sobressaindo-se o 'Araguaia', com baixíssimos níveis de infecção.
Os novos cultivares, bem como as testemunhas, mostraram reações médias para ferrugem-da-folha. Nos ensaios de panificação a farinha do 'Araguaia', de maneira geral, exibiu melhor potencial panificável que a do Iguaçu, sendo ambas levemente superiores à farinha de trigo comercial.
Novos dados sobre a estrutura social do desenvolvimento agrícola em São Paulo +
Resumo:
Os dados aqui apresentados procuram superar a dificuldade que encontraram
Kageyama e Bergamasco estudando as informações do Censo: nosso objetivo
central é justamente quantificar os volumes de trabalho familiar e contratado
- em termos de tempo - e assim avaliar o peso social, econômico e territorial
daqueles imóveis que se apóiam exclusiva ou principalmente nos laços
familiares como base para a organização do trabalho, relativamente aos que
usam de maneira preponderante ou exclusiva mão-de-obra assalariada (2).
Este procedimento só é possível porque introduzimos no questionário de
Levantamento de Previsão e Estimativa de Safra Agrícola do Instituto de
Economia Agrícola uma pergunta referente ao tempo de trabalho dos
membros da família e dos assalariados. Como esta questão é colocada para
cada unidade produtiva de que se compõe a amostra do IEA (3.622 imóveis
que representam, de maneira ponderada o universo da agropecuária paulista)
é possível cruzar a informação a respeito da organização do trabalho com
outras variáveis referentes a área, valor da produção e dias-homem
trabalhados. Para cada imóvel pesquisado podemos saber qual o regime de
trabalho adotado, qual o tempo que lhe dedicou cada categoria (familiar ou
não-familiar) e ao mesmo tempo, quanto este imóvel produziu, o tempo de
trabalho que gastou para isso (globalmente e por produto) e qual a área que
ocupou.
Os dados aqui apresentados procuram superar a dificuldade que encontraram
Kageyama e Bergamasco estudando as informações do Censo: nosso objetivo
central é justamente quantificar os volumes de trabalho familiar e contratado
- em termos de tempo - e assim avaliar o peso social, econômico e territorial
daqueles imóveis que se apóiam exclusiva ou principalmente nos laços
familiares como base para a organização do trabalho, relativamente aos que
usam de maneira preponderante ou exclusiva mão-de-obra assalariada (2).
Este procedimento só é possível porque introduzimos no questionário de
Levantamento de Previsão e Estimativa de Safra Agrícola do Instituto de
Economia Agrícola uma pergunta referente ao tempo de trabalho dos
membros da família e dos assalariados. Como esta questão é colocada para
cada unidade produtiva de que se compõe a amostra do IEA (3.622 imóveis
que representam, de maneira ponderada o universo da agropecuária paulista)
é possível cruzar a informação a respeito da organização do trabalho com
outras variáveis referentes a área, valor da produção e dias-homem
trabalhados. Para cada imóvel pesquisado podemos saber qual o regime de
trabalho adotado, qual o tempo que lhe dedicou cada categoria (familiar ou
não-familiar) e ao mesmo tempo, quanto este imóvel produziu, o tempo de
trabalho que gastou para isso (globalmente e por produto) e qual a área que
ocupou.
http://www.abramovay.pro.br/artigos_cientificos/1996/Novos_dados_sobre.pdf
sexta-feira, 1 de julho de 2011
TRAJETÓRIA E SITUAÇÃO ATUAL DA AGRICULTURA DE BASE ECOLÓGICA NO BRASIL E NO ESTADO DE SÃO PAULO
Este trabalho apresenta a situação atual do desenvolvimento da produção de base ecológica no Brasil e no Estado de São Paulo. Para tanto, resgatou-se o histórico da emergência e expansão da agricultura de base ecológica, identificaram-se a diversidade da produção e do mercado, os elementos motivadores dessa expansão e os obstáculos, à luz do contexto atual.
Realizaram-se a interpretação socioeconômica de dados estatísticos coletados e a análise de entrevistas efetuadas com diferentes agentes sociais e organizações econômicas. Os resultados foram os seguintes:
a) trajetória da emergência e expansão da agricultura de base ecológica;
b) desenvolvimento da produção de base ecológica no Brasil;
c) desenvolvimento da produção de base ecológica do Estado de São Paulo; d) identificação e caracterização das cadeias da produção certificadas respectivamente para exportação e mercados locais;
e) comentários sobre diversos aspectos da produção e do mercado, baseados nos estudos de casos conduzidos no âmbito do projeto Global Org, nas ações de pesquisas dos autores e sobre o processo de transição em curso.
Os resultados devem subsidiar a formulação de políticas públicas no âmbito do desenvolvimento da produção e comercialização de alimentos orgânicos do País.b) desenvolvimento da produção de base ecológica no Brasil;
c) desenvolvimento da produção de base ecológica do Estado de São Paulo; d) identificação e caracterização das cadeias da produção certificadas respectivamente para exportação e mercados locais;
e) comentários sobre diversos aspectos da produção e do mercado, baseados nos estudos de casos conduzidos no âmbito do projeto Global Org, nas ações de pesquisas dos autores e sobre o processo de transição em curso.
Termos para indexação: agroecologia, mercado, políticas públicas, produtos orgânicos.
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