Os dados aqui apresentados procuram superar a dificuldade que encontraram
Kageyama e Bergamasco estudando as informações do Censo: nosso objetivo
central é justamente quantificar os volumes de trabalho familiar e contratado
- em termos de tempo - e assim avaliar o peso social, econômico e territorial
daqueles imóveis que se apóiam exclusiva ou principalmente nos laços
familiares como base para a organização do trabalho, relativamente aos que
usam de maneira preponderante ou exclusiva mão-de-obra assalariada (2).
Este procedimento só é possível porque introduzimos no questionário de
Levantamento de Previsão e Estimativa de Safra Agrícola do Instituto de
Economia Agrícola uma pergunta referente ao tempo de trabalho dos
membros da família e dos assalariados. Como esta questão é colocada para
cada unidade produtiva de que se compõe a amostra do IEA (3.622 imóveis
que representam, de maneira ponderada o universo da agropecuária paulista)
é possível cruzar a informação a respeito da organização do trabalho com
outras variáveis referentes a área, valor da produção e dias-homem
trabalhados. Para cada imóvel pesquisado podemos saber qual o regime de
trabalho adotado, qual o tempo que lhe dedicou cada categoria (familiar ou
não-familiar) e ao mesmo tempo, quanto este imóvel produziu, o tempo de
trabalho que gastou para isso (globalmente e por produto) e qual a área que
ocupou.
http://www.abramovay.pro.br/artigos_cientificos/1996/Novos_dados_sobre.pdf