quarta-feira, 20 de julho de 2011

O QUE É O URBANO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

 Roberto Luís Monte-Mór

Conceitos centrais da vida contemporânea—política, civilização, cidadania—derivam da forma e organização da cidade. A cidade expressa a divisão sócio-espacial do trabalho e Henri Lefebvre propõe pensar sua transformação a partir de um continuum que se estende da cidade política ao urbano, onde se completa a dominação sobre o campo.
A efetiva passagem da cidade ao urbano foi marcada pela tomada da cidade pela indústria trazendo a produção—e o proletariado—para o espaço do poder. A cidade, lócus do excedente, do poder e da festa, cenário privilegiado da reprodução social, ficou assim subordinada à lógica da indústria. A cidade sofreu então um duplo processo: sua centralidade implodiu sobre si mesma e sua periferia explodiu sobre o entorno sob a forma de tecido urbano, que acabou por carregar consigo o germe da polis e da civitas. Assim, a práxis urbana, antes restrita à cidade, re-politizou todo o espaço social.
No Brasil, o urbano teve sua origem na política ao mesmo tempo concentradora e integradora dos governos militares que deram seqüência à centralização e expansionismo Varguista e interiorização desenvolvimentista Juscelinista. Hoje, o urbano-industrial se impõe virtualmente a todo o espaço social, na urbanização extensiva dos nossos dias.

Palavras chave: cidade, Lefebvre, urbano, urbanização extensiva

CEDEPLAR/FACE/UFMG - BELO HORIZONTE - 2006

http://mirage.cedeplar.ufmg.br/pesquisas/td/TD%20281.pdf


sexta-feira, 15 de julho de 2011

A RESIGNIFICAÇÃO DO RURAL E AS RELAÇÕES CIDADE-CAMPO: UMA CONTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

João Rua
Contribuição para o debate acerca da conceituação do rural, travado por alguns dos principais autores da teoria social crítica, que focalizam este tema, e como eles teorizam sobre as territorialidades resultantes da interação entre o urbano e o rural. Os elementos obtidos nas principais abordagens, sugerem que uma outra dialética pode conduzir-nos à idéia de “urbanidades no rural”, considerando-as como manifestações de espaços híbridos, nos quais urbano e rural integram-se e todas as formas de combinações. Esta abordagem pode mostrar alternativas analíticas que atenuem as limitações das perspectivas principais.
Revista da ANPEGE, Nº 2 (2005)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

IGUAÇU (IAC-21) E ARAGUAIA (IAC-22): CULTIVARES DE TRIGO DE SEQUEIRO PARA O ESTADO DE SÃO PAULO

JOÃO CARLOS FELÍCIO, CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRA CAMARGO, BENEDITO DE CAMARGO BARROS e POLICARPO VITTI
Em experimentos localizados nas principais regiões tritícolas paulistas, comparou-se a produtividade e as reaçdes aos agentes de ferrugem-do-colmo e da folha, bem como as qualidades industriais de panificação de dois novos cultivares de trigo - Iguaçu (IAC-21) e Araguaia (IAC-22) - provenientes de cruzamentos artificiais e obtidos por seleção por método genealógico, com os cultivares BH-1146 e Maringá (IAC-5). A produção média de grãos do 'Iguaçu' foi 8% e 12% estatisticamente superior respectivamente aos cultivares testemunhas, e o 'Araguaia' superou-os em 5 e 14%. 
Os novos cultivares apresentaram, ao longo dos cinco anos de estudo, menores níveis de infecção de ferrugem-do-colmo que as testemunhas, sobressaindo-se o 'Araguaia', com baixíssimos níveis de infecção.
Os novos cultivares, bem como as testemunhas, mostraram reações médias para ferrugem-da-folha. Nos ensaios de panificação a farinha do 'Araguaia', de maneira geral, exibiu melhor potencial panificável que a do Iguaçu, sendo ambas levemente superiores à farinha de trigo comercial.

Novos dados sobre a estrutura social do desenvolvimento agrícola em São Paulo +

Resumo:

Os dados aqui apresentados procuram superar a dificuldade que encontraram
Kageyama e Bergamasco estudando as informações do Censo: nosso objetivo
central é justamente quantificar os volumes de trabalho familiar e contratado
- em termos de tempo - e assim avaliar o peso social, econômico e territorial
daqueles imóveis que se apóiam exclusiva ou principalmente nos laços
familiares como base para a organização do trabalho, relativamente aos que
usam de maneira preponderante ou exclusiva mão-de-obra assalariada (2).
Este procedimento só é possível porque introduzimos no questionário de
Levantamento de Previsão e Estimativa de Safra Agrícola do Instituto de
Economia Agrícola uma pergunta referente ao tempo de trabalho dos
membros da família e dos assalariados. Como esta questão é colocada para
cada unidade produtiva de que se compõe a amostra do IEA (3.622 imóveis
que representam, de maneira ponderada o universo da agropecuária paulista)
é possível cruzar a informação a respeito da organização do trabalho com
outras variáveis referentes a área, valor da produção e dias-homem
trabalhados. Para cada imóvel pesquisado podemos saber qual o regime de
trabalho adotado, qual o tempo que lhe dedicou cada categoria (familiar ou
não-familiar) e ao mesmo tempo, quanto este imóvel produziu, o tempo de
trabalho que gastou para isso (globalmente e por produto) e qual a área que
ocupou.

http://www.abramovay.pro.br/artigos_cientificos/1996/Novos_dados_sobre.pdf

sexta-feira, 1 de julho de 2011

TRAJETÓRIA E SITUAÇÃO ATUAL DA AGRICULTURA DE BASE ECOLÓGICA NO BRASIL E NO ESTADO DE SÃO PAULO

Este trabalho apresenta a situação atual do desenvolvimento da produção de base ecológica no Brasil e no Estado de São Paulo. Para tanto, resgatou-se o histórico da emergência e expansão da agricultura de base ecológica, identificaram-se a diversidade da produção e do mercado, os elementos motivadores dessa expansão e os obstáculos, à luz do contexto atual.
Realizaram-se a interpretação socioeconômica de dados estatísticos coletados e a análise de entrevistas efetuadas com diferentes agentes sociais e organizações econômicas. Os resultados foram os seguintes:
a) trajetória da emergência e expansão da agricultura de base ecológica;
b) desenvolvimento da produção de base ecológica no Brasil;
c) desenvolvimento da produção de base ecológica do Estado de São Paulo; d) identificação e caracterização das cadeias da produção certificadas respectivamente para exportação e mercados locais;
e) comentários sobre diversos aspectos da produção e do mercado, baseados nos estudos de casos conduzidos no âmbito do projeto Global Org, nas ações de pesquisas dos autores e sobre o processo de transição em curso.
Os resultados devem subsidiar a formulação de políticas públicas no âmbito do desenvolvimento da produção e comercialização de alimentos orgânicos do País.

Termos para indexação: agroecologia, mercado, políticas públicas, produtos orgânicos.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Senado discute novas definições de espaço urbano no Estatuto das Cidades

Projeto do Senador GILBERTO GOELLNER sobre os critérios de definição do espaço urbano pretende "eliminar uma distorção da idéia que temos do grau de urbanização do nosso País, introduzindo um critério mais racional de classificação dos espaços urbano e rural o nosso território e, com isso, tornando possível um melhor entendimento das reais necessidades de cada localidade. Com esta compreensão, políticas públicas voltadas para a solução dos problemas urbanos e rurais poderão ser elaboradas com maior precisão, melhorando a eficiência na aplicação dos recursos públicos."
Veja a íntegra do projeto de lei e opine: 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O Crescimento da Agricultura Paulista e as Instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão numa Perspectiva de Longo Prazo

O sucesso da agricultura brasileira tem provocado surpresas em todo o mundo. O aumento significativo da produtividade tem motivado até mesmo a presença de comitivas de técnicos estrangeiros para verificar, in loco, as razões desse sucesso. O aperfeiçoamento genético, a introdução de tecnologias, a crescente mecanização, o uso mais racional de fertilizantes e defensivos contribuíram para muitos avanços nesse sentido e conduziram o país à condição de grande produtor agrícola e com potencial de expansão ainda maior. Isto, mesmo sem descuidar da melhor conservação do seu meio ambiente, uma das preocupações atuais. Muitos são os fatores responsáveis por esse salto de competência da agricultura paulista e brasileira, cuja conseqüência imediata foram resultados muito positivos sobre nossas exportações de produtos agrícolas – 72% de acréscimo entre 1992 e 2002, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Outra conseqüência imediata foi o aumento no poder aquisitivo do trabalhador brasileiro, que passou a contar com alimentos e produtos mais baratos. Mas o que queremos destacar com a publicação deste trabalho é a importância da pesquisa científica para a agregação de valor ao produto agrícola do estado de São Paulo.