sexta-feira, 9 de março de 2012

TRADIÇÃO DO CULTIVO DA UVA NIAGARA NO ESTADO DE SÃO PAULO

Priscilla R Silva; Adriana R Verdi; Vera Lúcia F S Francisco; Celma S L Baptistella
A uva Niagara Rosada, variedade comum de mesa mais cultivada e consumida no Brasil, teve seu berço em Jundiaí em 1933, operando, em pouquíssimo tempo, radical transformação na estrutura vitícola paulista. Neste artigo, a tradição da viticultura foi comprovada a partir dos informes datados de 1945, comparados com os dados de levantamentos censitários de 1998 a 2003. A viticultura nessa região vem sendo, nos últimos 60 anos, uma atividade agrícola típica de pequena propriedade, onde o uso de mão-de-obra familiar é característica local. Políticas públicas que venham a ser adotadas na região incidirão em grande porcentagem da população local.

Agricultores e comerciantes em São Paulo nos inícios do século XVIII: o processo de sedimentação da elite paulistana

Ilana Blaj


Estudos mais recentes sobre a vila de São Paulo no período colonial têm destacado seu grau de mercantilização crescente e a formação de uma sociedade rigidamente hierarquizada. Preten-de-se, tomando como baliza os inícios do século XVIII, apontar para a sedimentação de uma elite paulistana que concentra em suas mãos terras, escravos, produção agrícola, criação de gado e comércio e, que, através das relações patrimonialistas no âmbito da Coroa Portuguesa, consolida-se progres-sivamente no poder

A QUESTÃO DA DECISÃO DO PROPRIETÁRIO EM ARRENDAMENTO AGRÍCOLA: ESTUDO DE CASOS DE ITUVERAVA E MIGUELÓPOLIS, SÃO PAULO

Richard Domingues Dulley; Zuleima Alleoni Pires de Souza Santos

Esta pesquisa constitui um estudo de casos enfocando a questão da decisão do proprietário rural em arrendar suas terras a terceiros ou produzir nelas por conta própria e, dentro desse contexto,verificar porque predominam os contratos na base de confiança pessoal; de que modo o proprietário determina o guanto cobra pelo arrendamento de suas terras; e como evoluiria a prática do arrendamento em condições de taxa de juros e crédito favoráveis aos agricultores. Conclui-se que os proprietários entrevistados estão arraigados aos costumes de arrendar a terra na base de confiança pessoal, dando preferência a pessoas bem conhecidas. Isto decorre do significado que a propriedade de terra tem para eles como sinônimo de segurança, dificultando a "modernização" das suas relações com os arrendatários.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

TENDÊNCIAS E AVALIAÇÃO DO SUPRIMENTO DE BATATA DO CENTRO-SUL DO BRASIL PELAS PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS PAULISTAS

Paulo Augusto Wiesel e Eduardo Sasaoka
Este estudo mostra a tendência e a participação das principais regiões produtoras de batata do Estado de São Paulo no suprimento dos mercados regionais do Centro-Sul do Brasil no período 1979-87. Os dados básicos de volumes comercializados, coletados e divulgados pela Companhia Brasileira de Alimentos (COBAL), foram cotejados com os de produção, levantados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e procedeu-se à análise crítica dessas estatísticas à luz dos estudos de safras e mercado.
Constatou-se substancial decréscimo na expressão fornecedora de batatas do_grupo da Achat na região metropolitana_paulista, moderada redução nas regiões de Monte Mor e Taubaté e significativo aumento na de Divinolândia. Nesta última região associou-se a ganhos de economia de escala na produção e de produtividade, com a racionalização do uso de sementes, proporcionada pela proximidade de armazém frigorificado da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) e de região serrana, para multiplicação de sementes importadas. Observou-se expansão moderada na principal região produtora de batatas do grupo da Bintje, Itapetininga, mantendo o mais elevado índice de tecnificação e contando com equipamentos frigorificados privados. Entre as regiões produtoras de Baraka e Radosa, a de Ibiúna manteve sua expressividade, privilegiada pela proximidade do mais importante centro de consumo nacional e pela integração da produção de batata com outros produtos hortícolas.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

CARACTERIZAÇÃO SOCIOCULTURAL DOS AGRICULTORES FAMILIARES DE UBATUBA

Malimiria N. Otani; Maria Célia de Souza; Silvia Rocha Moreira; Carlos Eduardo Castro; Antonio Marchiori; Marli Dias M. Oliveira; Patricia Helena N. Turco


A adoção de práticas agroecológicas na horticultura tem sido recentemente estimulada por projetos de agências públicas para promover o desenvolvimento local sustentável.
O sucesso das ações relacionadas a insumos agroecológicos depende sobretudo de soluções técnicas desenvolvidas localmente. O objetivo desta pesquisa é traçar um perfil sociocultural de produtores familiares em transição agroecológica de Ubatuba.
A diversidade de culturas, restrições legais e ambientes agroecológicos mostram uma dinâmica particular, demandando estratégias técnicas e mercadológicas distintas que podem ser construídas e transferidas por meio de redes de referência de produtores e pesquisadores.

sábado, 7 de janeiro de 2012

DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DA AGLOMERAÇÃO VITIVINÍCOLA DE JUNDIAÍ

ADRIANA R. VERDI; MALIMIRIA N. OTANI; MARIA L. MAIA; CARLOS E. FREDO
A região vitivinícola de Jundiaí mantém-se como a principal produtora nacional de uva Niagara. Este cultivar de uva foi introduzido nesta região e foi nela onde os primeiros vinhos foram produzidos no Brasil. Ao considerar a capacidade de viabilização, de forma sustentável, da pequena propriedade rural de mão-de-obra familiar, as possibilidades de articulações da cultura da uva com a produção artesanal do vinho e o turismo familiar rural, a viticultura assume grande importância na vida econômica e social do Município de Jundiaí e região. Atualmente, o cultivo da uva está ameaçado: de um lado, a intensificação da concorrência e, de outro, o aumento do preço da terra, a especulação imobiliária e os novos usos do espaço rural, sobretudo as atividades recreativas e residenciais. A partir da caracterização da aglomeração vitivinícola, o artigo tem por objetivo indicar os recursos territoriais que devem ser estrategicamente revelados e incentivados pelos agentes envolvidos para que a atividade assuma uma trajetória de crescimento, proporcionando desenvolvimento territorial. Tal caracterização teve por finalidade avaliar o estágio da vitivinicultura desenvolvida, retratando o perfil produtivo e organizacional de todos os produtores. Para tanto, foram analisadas as informações primárias obtidas mediante a realização de um censo vitivinícola no Município. O censo faz parte do projeto “revitalização da cadeia vitivinícola paulista: competitividade, governança e sustentabilidade”,

Múltiplas estratégias na agricultura de Piedade e Pilar do Sul

Erika V. Moreira e Rosangela A. M. Hespanhol

O trabalho tem como objetivo principal abordar, empiricamente, as múltiplas estratégias econômicas desenvolvidas pelos produtores rurais dos municípios de Piedade e Pilar do Sul-SP. Outro objetivo é mostrar como essas estratégias fundamentam a constituição de uma ruralidade (nova), em que a identidade e a adaptação convivem, contraditória e combinadamente, com aspectos tradicionais. Em Piedade e Pilar do Sul a economia local está pautada na agropecuária, com destaque à produção de frutas e de olerícolas.
Nossa pretensão é entender as múltiplas estratégias adotadas pelos produtores rurais e, sobretudo, compreender como a ruralidade é construída dentro dessas lógicas produtivas.