sexta-feira, 14 de outubro de 2011

SITUAÇÃO ATUAL DA PARTICIPAÇÃO DAS HORTALIÇAS NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO E PERSPECTIVAS FUTURAS

Nirlene Junqueira Vilela, Gilmar Paulo Henz

Este trabalho descreve a situação das hortaliças no contexto do agronegócio brasileiro, com vistas à atender uma demanda crescente por informações por parte do público que desenvolve atividades relacionadas à área. 
Levando em consideração a produção dos estados mais importantes da Região Sudeste, procurou-se traçar o perfil atual do mercado de hortaliças em termos de volume, participação e valores financeiros, bem como descrever as principais características do movimento comercial de batata, tomate, cenoura, alho e cebola. Foram consideradas as novas tendências de consumo e a expansão de novos mercados para hortaliças, como produtos orgânicos, minimamente processados, congelados e supergelados, conservas e enlatados, desidratados e liofilizados.
Discutiram-se também as mudanças na estrutura de distribuição das hortaliças no atacado e varejo, com as conseqüências da crescente participação dos supermercados nas vendas. Foi avaliada a participação das hortaliças em uma projeção do consumo alimentar nas diferentes classes de renda, em diferentes cenários (taxa de crescimento econômico, incremento populacional, consumo). De acordo com os dados levantados, o agronegócio das hortaliças oferece amplas perspectivas para todos os segmentos envolvidos, e as mudanças observadas no mercado apontam para melhoria da eficiência, associada a ganho de competitividade, em qualidade, diferenciação, preços e custos.

Mão-de-obra volante na agricultura brasileira: uma revisão da bibliografia

William S. Saint

Grandes transformações estruturais na agricultura vêm acompanhando a ascensão do Brasil para a posição de terceiro maior exportador agrícola no mundo. Uma das mais visíveis dentre essas transformações é o aparecimento do trabalhador assalariado temporário (o bóia-fria). 
É resenhada, aqui, a literatura existente sobre o assunto. Nossa discussão focaliza os processos históricos que contribuíram para a mudança nas relações de trabalho, assim como os principais fatores que a ensejaram: a) modernização tecnológica e crescente variação sazonal; b) mudanças na composição de culturas e nos requisitos de mão-de-obra; c) modificações na legislação trabalhista rural e benefícios associados. Além disso, são estudados as formas de emprego do trabalho assalariado temporário (inclusive o recrutamento) e descritas as condições e qualidade de vida desses empregados volantes. Finalmente, há uma breve análise das respostas correntes de política relativas a esse reconhecido problema social.

EVOLUÇ ÃO DA PRODUTIVIDADE NA CITRICULTURA PAULISTA

Denise Viani Caser, Antonio Ambrosio Amaro
No decorrer de sua história, a citricultura brasileira mostrou fases de expansão e de retração, de prosperidade e de decadência, desenvolvendo-se com mínima intervenção governamental.
Foi na área da pesquisa e da extensão rural que houve a maior concentração de esforços governamentais, tanto federal como estadual. A partir da década 1960, com o desenvolvimento da indústria de suco concentrado, o crescimento da demanda pela matéria-prima provocou expansão da área plantada e da produção, até fins da década de 1990, passando a se constituir numa das principais atividades agrícolas no Estado de São Paulo.
Na citricultura, as pesquisas abrangem estudos de clima, solo, genética, botânica, sanidade das plantas, propagação de material, portaenxertos, diversos manejos de fitotecnia (água,espaçamentos), nutrição, pragas, doenças, fisiologia, economia e administração.
A finalidade principal das pesquisas foi sempre a de proporcionar aos citricultores conhecimentos que permitissem obter nos pomares as melhores produções econômicas tanto em quantidade quanto em qualidade dos frutos.

DINÂMICA DA AGROPECUÁRIA PAULISTA NO CONTEXTO DAS TRANSFORMAÇÕES DE SUA AGRICULTURA

José Sidnei Gonçalves
Este trabalho representa uma primeira abordagem e insere-se numa pesquisa mais ampla que objetiva: desenvolver a análise da agricultura e da agropecuária paulista dentro de um processo de discussão em que serão retomadas as principais contribuições do Instituto de Economia Agrícola (IEA) desde seu surgimento enquanto Comissão de Estudos de Economia Rural nos idos de 9 de setembro de 1942. 
A análise dos textos institucionais, considerados fundamentais, no contexto em que foram escritos, permitirá não apenas aquilatar a relevância do IEA na formatação da “ideologia da modernização” que sustentou esse processo no plano da sociedade, mas também atualizar e aprimorar bases de dados estruturais que conformaram o lastro empírico para essas análises aplicadas. Registrado no CCTC, IE-67/2005.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

NOVAS OPORTUNIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL DIRIGIDO PELAS COMUNIDADES

Ignacy Sachs
O desenvolvimento rural é ainda um componente essencial das estratégias do desenvolvimento sustentado por três razões:
· Como um imperativo social, através da inclusão social por “trabalho decente”;
· Como um imperativo ambiental, através da promoção do “fazendo bom uso da natureza” pelas sociedades camponesas;
· Como um setor com significativo efeito multiplicador sobre o resto da economia.
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE REFORMA AGRÁRIA E DESENVOLVIMENTO RURAL
Porto Alegre, 7-10 de março de 2006  -  www.icarrd.org/po/icarrd_docs_issues.html

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

POLÍTICA AGRÍCOLA E EFICIÊNCIA ECONÔMICA: O CASO DA AGRICULTURA PAULISTA

Sérgio Antonio dos Santos
César Roberto Leite da Silva
Este trabalho procura testar a hipótese de que a agricultura brasileira manteve uma trajetória de racionalidade na produção mesmo com o significativo enfraquecimento dos principais instrumentos de política de fomento ao setor. Um modelo shift-share modificado foi aplicado aos dados das principais culturas da agricultura paulista no período de 1985 a 1999. Os resultados permitiram concluir que, mesmo num cenário de preços domésticos e externos em declínio, os indicadores típicos de eficiência, como rendimento estrutura de cultivo, tiveram desempenho positivo, nos anos cobertos pela análise.

VALORAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS E IMPASSE SÓCIO-AMBIENTAL NA AGRICULTURA PAULISTA

Rodrigo Constante Martins
Norma Felicidade Lopes da Silva Valencio
Problemas relacionados à escassez de água potável em nível mundial têm suscitado preocupações, tanto por parte de Estados Nacionais quanto por agências e organizações multilaterais, acerca dos modos de regulação e otimização do uso dos recursos hídricos. Gradativamente, em vários países - sobretudo nos pertencentes à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - o controle institucional direto sobre o acesso e uso dos recursos hídricos vem sendo feito a partir da adoção dos chamados instrumentos econômicos, que teriam como função induzir os agentes econômicos a comportarem-se de acordo com padrões socialmente desejados. Dentre estes, destaca-se a valoração dos recursos hídricos, tida, tanto pela OCDE quanto pelo Banco Mundial, como instrumento privilegiado de gestão de águas (OCDE, 1999; BANCO MUNDIAL, 1998).
A legislação paulista reconhece que atividades múltiplas dão origem a impactos diferenciados sobre os recursos hídricos. Nesse sentido, sendo um dos parâmetros para a cobrança do uso da água a quantidade demandada e a qualidade dos efluentes lançados pelos usuários, a agricultura - grande depositária de efluentes químicos e orgânicos sobre corpos d’água em todo o mundo e principal captadora de recursos hídricos - será, portanto, um dos setores mais afetados por essa nova estratégia de racionalização do uso do recurso, razão pela qual tal legislação tem suscitado intranqüilidade para o conjunto dos agricultores paulistas. Com efeito, um uso ambientalmente sustentável da água - que é o afã da nova legislação paulista confronta-se em grande medida com as práticas mais correntes e ditas modernas de produção agrícola praticadas no Estado.