terça-feira, 20 de setembro de 2011

Agricultura: serviço ambiental para a bacia do Alto Tietê-Cabeceiras

CARVALHO, Y.M.C. et al
A atividade agrícola na bacia do Alto Tietê-Cabeceiras já teve maior expressão nacional. Ela vem se afastando da área urbana de alta densidade e resistindo nas franjas do seu território periurbano. Os principais fatores que atuam contra a agricultura destas áreas são: a valorização do preço da terra; a integração do mercado de trabalho e a pressão no custo de produção; o aumento da violência contra a família agricultora, sua produção e instrumentos de trabalho; e a deterioração da qualidade da água para irrigação.
A contaminação por agrotóxicos, assim como o uso das várzeas e da água, faz com que a agricultura seja vista como atividade degradadora, a ser desestimulada nas áreas de mananciais. Entretanto, a agricultura pode prestar serviço ambiental, desde que promova ajustes tecnológicos e estruture a rede social nas áreas de baixa densidade de ocupação.
São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação Seade, v. 20, n. 2, p. 118-135, abr./jun. 2006.
http://www.seade.gov.br/produtos/spp/index.php?men=rev&cod=5073

Qualidade de vida e meio urbano. A cidade de São Paulo, Brasil

Oswaldo Paulo Forattini

No Brasil, a evolução urbana, desde o período colonial, tem sido objeto de numerosos estudos e publicações. Em nosso país, esse processo de formação das cidades iniciou-se como necessidade
de estabelecer núcleos de colonização estáveis e de defesa militar para, posteriormente e com o advento já tardio da era industrial, passar a refletir o desenvolvimento econômico conseqüente. Isso foi particularmente significante no caso do Estado de São Paulo, cuja Capital, após as primeiras décadas deste século, teve seu intenso crescimento como tradução desse desenvolvimento da economia local. Assim, de maneira geral, a condição de país, basicamente urbano, foi atingida pelo Brasil, no curto espaço de tempo correspondente ao período de 1940 a 1970. Antes dessa época, o país ainda era essencialmente rural, uma vez que, em 1940, viviam no campo 69,0% de sua população.

Brasil rural: da redescoberta à invenção

Ignacy Sachs

Apesar de possuir ainda hoje a mais extensa fronteira agrícola do mundo, o Brasil conseguiu três façanhas:
  • promover uma agricultura moderna de grãos nas frentes pioneiras do Oeste, que prescinde quase inteiramente de mão-de-obra;
  • realizar uma colonização socialmente capenga e ambientalmente predatória na Amazônia;
  • jogar milhões de refugiados do campo nas favelas, engrossando o exército de bóias-frias e deixando centenas de milhares de famílias sem terra e sem perspectiva de urbanização efetiva. 
Estudos Avançados, vol. 15, nº 43, São Paulo, 2001.  
www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142001000300008&script=sci_arttext

domingo, 18 de setembro de 2011

Agroecologia, agricultura camponesa e soberania alimentar

Miguel A. Altieri
Forças globais questionam a capacidade dos países em desenvolvimento para alimentarem-se. Vários países têm organizado suas economias em torno de um competitivo setor agrícolaorientado para a exportação, baseado principalmente nas monoculturas. Pode-se afirmar queas exportações agrícolas de culturas, como a soja no Brasil, contribuem enormemente àseconomias ao trazer divisas fortes que se pode utilizar para comprar outros bens noestrangeiro. No entanto, este tipo de agricultura industrial também traz uma variedade de problemas econômicos, ambientais e sociais, inclusive impactos negativos à saúde pública, àintegridade ecossistêmica, à qualidade dos alimentos e, em muitos casos, transtornos dossustentos rurais tradicionais, acelerando o endividamento de milhares de agricultores.
Revista Nera Ano 13, Número 16 - Janeiro/Junho de 2010 - ISSN 1806-6755
http://www4.fct.unesp.br/nera/rev16.php
 


RURALIDADES, URBANIDADES E A TECNICIZAÇÃO DO RURAL NO CONTEXTO DO DEBATE CIDADE-CAMPO

Luciano Z. P. Candiotto, Walquíria K. Corrêa
Os conceitos de rural e urbano / campo e cidade vêm sendo amplamente utilizados na Geografia e em outras ciências para evidenciar características socioespaciais peculiares, de modo que tais conceitos estão cristalizados nos mais diversos grupos sociais. O debate acadêmico em torno das interpretações do rural/urbano também é antigo, porém nos dias atuais, vem sendo renovado a partir de novos eventos e ações que vão se inserindo e modificando o que até então, era facilmente entendido como rural ou como urbano. Sabendo dessa maior complexidade do espaço geográfico, bem como das dificuldades em identificar e delimitar o espaço rural do urbano, buscamos apresentar os fundamentos das correntes de interpretação da relação cidade-campo, e discutir alguns conceitos quepodem contribuir para esse debate. 

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Agricultura familiar tem programa aprovado em São Paulo

A Assembleia Legislativa aprovou por unanimidade, em 13/9, projeto de lei do governo estadual de São Paulo, que cria o Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS), voltado aos agricultores familiares.  Foi aprovada também a  inclusão de um representante desses agricultores no conselho gestor do programa.
 http://jusclip.com.br/agricultura-familiar-tem-programa-aprovado/

sábado, 10 de setembro de 2011

São Paulo: segregação urbana e desigualdade

Flávio Villaça
O espaço urbano não é um dado da natureza, mas um produto do trabalho humano. Uma nova maneira de abordar a segregação urbana vale também não só para a Região Metropolitana de São Paulo, como também para todas as demais Regiões Metropolitanas do Brasil. Esclarece os avanços por ela possibilitados, a saber: tanto o relacionamento da segregação com a estrutura espacial urbana como um todo, como seu relacionamento com todos os componentes da totalidade social. Nesse sentido, faz uma análise da segregação espacial dos empregos da população na cidade de São Paulo, mostrando a relação entre a segregação residencial e a segregação dos locais de emprego, bem como a relação dessas segregações com a desigualdade e a dominação sociais. Finalmente, mostra a relação entre a produção social do espaço e a produção social do tempo, mediante análise da relação entre o espaço urbano e o tempo gasto pelos moradores das metrópoles em seus deslocamentos nesse espaço. 
Estud. av. vol.25 no.71 São Paulo jan./abr. 2011
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142011000100004&lng=pt&nrm=iso