segunda-feira, 5 de setembro de 2011

TRAJETÓRIAS DE TRANSIÇÃO DOS PRODUTORES DE BASE ECOLÓGICA DE IBIÚNA/SP E INDICADORES SOCIAIS DE SUSTENTABILIDADE

Marines Kerber
Lucimar Santiago de Abreu

O presente artigo tem o objetivo de contribuir com a discussão sobre a sustentabilidade da agricultura familiar brasileira, através da reconstrução das trajetórias de transição de produtores familiares e da construção de indicadores sociais de sustentabilidade, com base em princípios participativos. 
O estudo de caso foi realizado na comunidade rural do Verava, município de Ibiúna – SP, onde agricultores familiares aderiram ao modo de produção de base ecológica motivados pela necessidade de melhoria das condições de renda. Para entender esse processo, foram reconstruídas as trajetórias de transição em períodos distintos, identificados e caracterizados os indicadores sociais de sustentabilidade, integrando na análise a visão dos agricultores do universo da pesquisa. Tal abordagem permitiu captar a dinâmica, os momentos chave do processo de transição, os avanços e os desafios no âmbito do desenvolvimento local. A pesquisa gerou um conjunto de conhecimentos que poderão servir de subsídio para a formulação de políticas públicas.
Palavras-Chave: Agricultura familiar, Trajetórias de transição, Indicadores sociais de sustentabilidade.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

PANORAMA DA AGRICULTURA URBANA E PERIURBANA NO BRASIL E DIRETRIZES POLÍTICAS PARA SUA PROMOÇÃO

Alain Santandreu (IPES/RUAF) e Ivana Cristina Lovo (REDE – IPES/RUAF)
A Agricultura Urbana e Periurbana (AUP) é um conceito multi dimensional que inclui a produção, o agro extrativismo e a coleta, a transformação e a prestação de serviços, de forma segura, para gerar produtos agrícolas (hortaliças, frutas, ervas medicinais, plantas ornamentais, etc.) e pecuários (animais de pequeno, médio e grande porte) voltados ao auto consumo, trocas e doações ou comercialização, (re) aproveitando-se, de forma eficiente e sustentável, os recursos e insumos locais (solo, água, resíduos sólidos, mão-de-obra, saberes etc.). Essas atividades podem ser praticadas nos espaços intra-urbanos ou periurbanos, estando vinculadas às dinâmicas urbanas ou das regiões metropolitanas e articuladas com a gestão territorial e ambiental das cidades.
Essas atividades devem pautar-se pelo respeito aos saberes e conhecimentos locais, pela promoção da equidade de gênero através do uso de tecnologias apropriadas e processos participativos promovendo a gestão urbana, social e ambiental das cidades, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dapopulação urbana e para a sustentabilidade das cidades.
http://agriculturaurbana.org.br/sitio/textos/panorama%20AUP.pdf

Manual “Buenas Prácticas Agrícolas para la Agricultura Familiar”


El presente manual ha sido preparado por el Grupo de Agricultura de la Oficina Regional de la FAO para América Latina y el Caribe.
El objetivo de este trabajo es difundir los conceptos básicos de las Buenas Prácticas Agrícolas (BPA), con el propósito de: orientar los sistemas de producción hacia una agricultura sostenible y ecológicamente segura, obtener productos inocuos y de mayor calidad, contribuir a la seguridad alimentaria a través de la generación de ingresos por acceso a mercados y mejorar las condiciones laborales de los productores y de sus familias.
El manual está dirigido a técnicos y extensionistas agrícolas, organizaciones de productores, maestros de escuelas rurales, niños, pobladores urbanos y peri-urbanos y a los grupos de Agricultura Familiar en general.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Cartilha sobre certificação de produtos agrícolas orgânicos

 Liminar contra a divulgação da cartilha

Segundo nota do Blog do CEGeT - Centro de Estudos de Geografia do Trabalho da UNESP de Presidente Prudente ( http://ceget.blogspot.com/ ), a empresa Monsanto obteve uma liminar que impediu a distribuição a cartilha "O Olho do Consumidor" produzida pelo Ministério da Agricultura, com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretende padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, orientando o consumidor.. O arquivo foi inclusive retirado do site do Ministério (o link está "vazio").
Veja a cartilha na íntegra clicando no link abaixo:

http://www.slideshare.net/mariare/o-olho-do-consumidor-cartilha-sobre-orgnicos-ilustrada-pelo-ziraldo

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

INFLUÊNCIA DA DINÂMICA AGRÍCOLA ITINERANTE NA GERAÇÃO DE DIVERSIDADE DE ETNOVARIEDADES CULTIVADAS VEGETATIVAMENTE

RESUMO
A Mata Atlântica é considerada uma área prioritária para
conservação de biodiversidade, na qual muitas comunidades tradicionais de agricultores mantêm práticas agrícolas seculares. A relação destas comunidades com seu ambiente é um fator de importância primordial em estratégias de conservação, principalmente devido a estas comunidades interagirem com o ambiente há gerações. O presente trabalho analisa a influência de técnicas e manejo agrícola do sistema itinerante sobre a geração e manutenção de variabilidade genética de espécies cultivadas em nível inter e intra específico em áreas de Mata Atlântica no litoral Sul do Estado de São Paulo. Tem por objetivo determinar a diversidade de espécies cultivadas, utilizadas por unidades familiares tradicionais, estabelecendo interações entre os processos de manejo utilizados pelos agricultores e os componentes de história vital das espécies domesticadas. Foram citadas 24 etnoespécies (nomes populares) para fins alimentares, pertencentes a 11 famílias botânicas e totalizando 161 variedades. São discutidos também aspectos etnotaxonômicos das espécies cultivadas. Tanto a manutenção da diversidade como sua amplificação, em nível da roça, são resultado da interação entre processos de manejo utilizados pelo homem e os componentes da história vital das espécies por ele cultivadas. Dispersão natural e formação de banco de sementes, associados a ciclos de perturbação estimulando colonização, são exemplos dos processos envolvidos na dinâmica do processo de amplificação da diversidade.

http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/html/339/33904304/33904304.html



Agricultura de precisão: mapeamento da produtividade em pomares cítricos usando geoestatística


A variabilidade espacial de produtividade e tamanho de frutos foi avaliada em pomares de laranja irrigados e não irrigados, localizados no município de Luiz Antônio – SP, utilizando-se de geoestatística. Através dos mapas de krigagem, podem-se determinar as áreas de alta e baixa produtividade dos talhões. Verificou-se maior variabilidade para produtividade e tamanho de frutos nas quadras irrigadas e não irrigadas. Portanto, a geoestatística mostrou-se uma ferramenta extremamente útil para auxiliar em Programas de Agricultura de Precisão.

A valorização da agricultura familiar e a reivindicação da ruralidade no Brasil

Maria de N. B. WANDERLEY

Dois fatos de grande importância marcaram as transformações recentes do mundo rural brasileiro. De um lado pela primeira vez na história, a agricultura familiar foi reconhecida oficialmente como um ator social. Anteriormente eram vistos como os pobres do campo. produtores de baixa renda ou pequenos agricultores.
Hoje os agricultores familiares são percebidos como sendo portadores de uma outra concepção de agricultura, diferente e alternativa à agricultura latifundiária e patronal dominante no país.
O Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF). estabelecido no Brasil durante os anos 90 apesar de todas as limitações impostas a sua adoção efetiva. constitui uma expressão dessa mudança. Por outro lado a forte e efetiva demanda por terra realizada pelos movimentos sociais rurais, fez surgir na reforma agrária um setor de assentamentos. Uma das principais conseqüências desses dois fatos é a revalorização do meio rural. percebido como espaço de trabalho e de vida. Isso encontra expressão na demanda pela permanência na zona rural ou retomo à terra. Essa "ruralidade" da agricultura familiar que povoa o campo e anima a vida social opõe-se ao absenteísmo praticado pela agricultura latifundiária que esvazia e depreda o meio rural. Essa nova "ruralidade" opõe-se ao mesmo tempo à visão centralizada na urbanização dominante na sociedade e à percepção de um meio rural sem agricultores.