quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mudança tecnológica na produção agrícola de área de manancial, em São Paulo - Brasil *


O modelo tecnológico hegemônico na agricultura tem contribuído para a degradação ambiental. Seu papel em proporcionar serviços ambientais é enfatizado, se mudanças tecnológicas forem implementadas e se os grupos sociais, que vivem e desfrutam de um estilo de vida rural, forem fortalecidos. Estes grupos atuam como barreiras para a ocupação urbana desordenada. Este artigo analisa a possibilidade de agricultores familiares, na Bacia do Alto Tietê Cabeceiras, Região Metropolitana de São Paulo-Brasil, construir coletivamente normas de produção ambientalmente adequadas, para apresentar ao Sub-comitê de Bacia, como proposta de um projeto gradual de mudança tecnológica. Desta forma, os agricultores deixarão de degradar o recurso hídrico. Baseada na Nova Economia Institucional – NEI, Économie de la Qualité, e na experiência brasileira da Certificação Participativa em Rede – CPR, oficinas foram organizadas sobre melhores práticas de irrigação e insumos, além da construção de um sistema de garantia com controle social. Cada oficina foi organizada usando a metodologia de grupos focais. Era feita uma apresentação provocativa rápida, seguida por propostas de normas discutidas com os agricultores a partir de suas práticas, ou de medidas que pudessem facilmente ser introduzidas.
As menos restritivas foram formalizadas em tarjetas com o objetivo de mostrar as práticas consensuadas. Uma série de seis oficinas em cada uma das quatro microbacias selecionadas foi realizada em parceria com a extensão rural, atendendo os municípios relevantes da região, em termos de agricultura. O produto foi um sistema de controle social da qualidade e um caderno de normas. Foi demonstrado que produtores e a Câmara de Planejamento do Sub-comitê têm grande interesse em construir o sistema de garantia de qualidade ambiental da produção agrícola do Alto Tietê Cabeceiras. Há maiores dificuldades com as agências agrícolas de desenvolvimento local. Os agricultores demonstraram ao comitê seu interesse em entrar num projeto de qualidade ambiental que permita a agricultura desenvolver o papel de prestadora de serviços ambientais e solicitaram ao comitê seu envolvimento no financiamento das ações necessárias; na participação na construção de instituições para o sistema de garantia, baseado no controle social, e na promoção do produto com seu selo.

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* artigo de 2007

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Programa SAI e seu efeito na capacitação do empresário rural do Alto Tietê - SP


A região do Alto Tietê caracteriza-se por uma das mais produtivas regiões agrícolas do país, concentrando sua produção nas cadeias das hortaliças folhosas, cogumelos comestíveis, caqui, nêspera e flores. Com uma concentração de aproximadamente 80% de pequenos produtores rurais com áreas de até 20 hectares, exige dos atores locais um elevado grau de sinergia para que possam efetivamente implantar seus recursos financeiros, econômicos, produtos e serviços em prol do desenvolvimento territorial. O estudo aborda a importância do esforço coletivo do SEBRAE/SP, Sindicato Rural de Mogi das Cruzes e CATI/EDR Mogi das Cruzes, que implantaram um programa conjunto para atuarem no setor agrícola a partir de 1997. Mostra, também, que a partir do ano de 2001, por meio do Programa SAI, convênio realizado entre estes parceiros, o acesso do produtor rural a capacitação é ampliado, refletindo numa mudança da rede de atores locais, com a organização de novos grupos de produtores. Observou-se, também, a importância de disponibilizar um conjunto de meios para o produtor se capacitar, não só através de cursos, mas também, no intercâmbio com outros elos da cadeia.

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Perspectivas para a Agricultura da Bacia do Alto Tietê


A partir de levantamento em três sub-bacias, com diferentes impactos de urbanização, na Região Metropolitana de São Paulo, buscou-se identificar quais são as estratégias e as perspectivas à preservação e fortalecimento da atividade agrícola na região. Com base na metodologia de sistemas agrários foi elaborada uma tipologia de trajetória e um recorte considerando a forma de organização do trabalho e de obtenção de renda não agrícola. Identificou-se, que com exceção das famílias que estão vivendo o ciclo da vida desfavorável em termos de força de trabalho para a agricultura, os demais parecem ter se estabilizado na região mais pelo sentimento de “pertencimento” (Parelheiros-São Paulo) e pela definição de estratégias de agregação de valor (Guaracau-Guarulhos) do que pelas condições econômicas atrativas da atividade. O Balainho (Suzano), a área com menor impacto urbano estudado, parece estar ainda vivendo o período de ajustamento em que o processo de desistência dos sucessores nas famílias japonesas ainda não se completou. Estas áreas estão sendo arrendadas ou usadas por migrantes que desenvolvem atividades mais dependentes do uso de agrotóxicos. Cenários futuros, considerando a tendência natural e algumas alternativas resultantes de uma mesa de negociação, são descritas

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Furusato Matsuri


Feira de agricultores do cinturão verde de São Paulo

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domingo, 3 de abril de 2011

Os rurais e os agrícolas de São Paulo no Censo de 2000


A população ocupada na agricultura no estado de São Paulo reside majoritariamente em áreas urbanas; os residentes em domicílios rurais tem, em sua maioria, ocupações não-agrícolas. Essa interseção cada vez menor entre o rural e o agrícola É explorada a partir dos dados do Censo Demográfico de 2000, comparando as formas de ocupação e renda dessas populações em cinco grupos de mesorregiões de São Paulo. Diversamente do que ocorre em países desenvolvidos, dominam a baixa qualificação e a precariedade das ocupações não-agrícolas, mesmo no estado mais rico da Federação, concentrando-se no serviço doméstico (remunerado) e no trabalho de baixa qualificação na construção civil (pedreiro). Só na faixa de maior renda (20% mais ricos) e na RMSP observa-se maior diversidade e melhor qualificação das ocupações, como gerentes, vendedores e escriturários, com menor peso do serviço doméstico e da construção civil.


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http://www.eco.unicamp.br/Downloads/Publicacoes/TextosDiscussao/texto112.pdf