segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Desenvolvimento de Atributos Visando o Mercado Externo: o Suco de Laranja Orgânico - Estudo de Caso.

Ana Claudia Vieira; Isabel Cristina Rodrigues; Francisco José da Costa alves
Neste artigo fala-se sobre a recente ascensão dos produtos naturais no mercado mundial. O estudo é feito sob vários enfoques: o do mercado, considerando-se o aumento da demanda global, o da certificação dos produtos e ainda o da produção, sendo que este último é feito com base num estudo de caso. O produto aqui estudado é a laranja orgânica produzida no Estado de São Paulo, que é utilizada para a produção de suco de laranja concentrado, o qual tem destino o mercado externo. Descreve-se como é a produção da laranja orgânica e do suco e também como tem se dado a aceitação deste produto no mercado mundial.

BAIRROS RURAIS E RESISTÊNCIA: A FORMAÇÃO DAS COMUNIDADES RURAIS NO OESTE PAULISTA

Paulo César de Souza; Antonio Nivaldo Hespanhol

Com base no estudo do modo de vida caipira e na construção da sociabilidade rural foi efetuado o resgate do processo de (re)produção social da população dos bairros rurais do município de Martinópolis/SP. 
O recorte espacial selecionado para a investigação empírica foi a área situada ao norte do município de Martinópolis, Estado de São Paulo, e o período da análise se estendeu do final da década de 1930 até o ano de 2003. A construção da sociabilidade persistiu perante a expropriação da força de trabalho e dos meios de produção, com enfoque a dois tipos de resistência: simbólica e material. Os bairros rurais se constituem atualmente, unidades geográficas nas quais se sobressaem as relações de vizinhança, os costumes são comuns e há forte identidade com o meio rural. 
A eficácia simbólica está associada à construção, a manutenção das sociedades e a afirmação das identidades, por meio de ícones e símbolos que configuram, formalmente, a integração, a unidade e a existência social. A eficácia material se concretiza na permanência no meio rural com a manutenção da propriedade para uso da terra e a busca de alternativas e iniciativas que geram trabalho e renda.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

CRESCIMENTO DA AGRICULTURA

José Garcia Gasques, Eliana Teles Bastos
Este trabalho analisa algumas características do crescimento recente da agricultura, focando principalmente, as fontes do crescimento. Discute o comportamento das produtividades parciais, da terra e do trabalho, e algumas mudanças que ocorreram no comportamento de ambas as variáveis. Finalmente, discutem-se os efeitos da política de crédito rural no contexto da análise realizada e dos impactos sobre a agricultura, oriundos do crescimento da agroindústria e do setor empresarial da agropecuária.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O ESTÍMULO LOCAL E O CONSUMO DE PRODUTOS ORGÂNICOS EM BOTUCATU, S.P.

José Matheus Yalenti Perosa; Roberto Giro Moori; Marta Fabiano Sambiase Lombardi; Bruno Benzaquen Perosa
Este estudo teve como objetivo, avaliar as características de consumo de produtos orgânicos na cidade de Botucatu – SP, identificando, adicionalmente, como o desenvolvimento agro ecológico na região influencia o consumo de tais produtos. Foram entrevistados setenta consumidores através de um questionário estruturado, dividido em quatro blocos: (a) perfil dos respondentes; (b) tipo de produtos orgânicos consumidos pelos respondentes; (c) local de compra de produtos orgânicos; e (d) identificação das razões pelas quais o consumidor opta por este tipo de produto. As informações coletadas foram trabalhadas com estatística descritiva e análise fatorial. Os resultados mostram coerência com estudos realizados em outras localidades, indicando alto nível de escolaridade dos consumidores, preocupados com saúde e meio ambiente. Os resultados da pesquisa demonstraram que o consumidor de produtos orgânicos de Botucatu é fortemente preocupado com a reputação do produto, valorizando mecanismos de garantia da qualidade, marca, rotulagem, normas, rastreabilidade e certificação; a outras categorias de atributos como preço e acessibilidade. Foi identificado também que organismos institucionais contribuem com papel facilitador e viabilizador de movimentos favoráveis a esta categoria de produtos.

ESTRATÉGIA DE AÇÃO PARA A PRODUÇÃO ORIENTADA DE HORTALIÇAS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Ana Maria Montragio Pires de Camargo; Denise Viani Caser; Marineusa Takaes; Waldemar Pires de Camargo Filho
A produção de um bem de consumo na Agricultura exige planejamento, administração do uso de fatores de produção (recursos naturais, mão de- obra, insumos, irrigação, máquinas, etc.) e sua posterior comercialização no mercado. Além de todos esses entraves gerenciais, no processo produtivo agrícola, existem dois obstáculos intrínsecos à atividade: em curto espaço de tempo, a produção sofre influência direta do clima e a venda do produto depende da eficácia dos agentes de comercialização, do poder aquisitivo do consumidor e da competição entre alimentos.
Em olericultura existem outros dois obstáculos que conseguem desarticular o sistema produtivo e o mercado. O primeiro é que as hortaliças, por serem culturas de inverno, com o início dos plantios geralmente em julho - época mais propícia ao seu desenvolvimento - provocam concentração excessiva da produção, dado que todos os olerícolas (cerca de 70 espécies) têm suas maiores safras concentradas no período compreendido entre setembro a janeiro. O segundo motivo é que os produtores não seguem planejamento rigoroso da área a ser cultivada. Basta que algum produto tenha preço alto, por qualquer motivo, os olericultores reagem produzindo mais e, conseqüentemente, os preços em breve tornam-se baixíssimos, o que implica em prejuízos financeiros e grandes perdas de alimento na região de produção.

sábado, 19 de novembro de 2011

PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE HORTALIÇAS FOLHOSAS: organização das informações decisórias ao cultivo

Waldemar Pires de Camargo Filho; Felipe Pires de Camargo
O estudo analisa as mudanças recentes no mercado de hortaliças folhosas e deflores comestíveis, com a participação crescente da rede supermercadista nas vendas a varejo. Apresenta a produção paulista de hortaliças que em 2006 foi de 3,5 milhões de toneladas, participando com 20,3% da produção nacional. Analisa a diminuição do consumo em domicilio de 8,3kg per capita em 1987-88 para 4,2kg em 2002-03 das principais verduras para salada, cocção e condimentares, frente ao crescimento do consumo de refeições fora do lar. Diante de uma infra-estrutura de comercialização que utiliza o mercado atacadista (CEASAs e entrepostos), que necessita de transformações de logísticas para participar da distribuição com agregação de valor, sugere organização da produção para atingir a sustentabilidade no agronegócio de hortaliças e preservação dos mananciais nos cinturões verdes de São Paulo e do Brasil.

ANÁLISE DOS CONDICIONANTES DA PRODUÇÃO OLERÍCOLA NO BRASIL, 1995-2006, E EM SÃO PAULO, 1995-2007

Felipe Pires de Camargo; Ana Maria Montragio Pires de Camargo; Waldemar Pires de Camargo Filho
O objetivo do estudo é analisar a evolução do setor produtivo olerícola no Brasil para as principais hortaliças e avaliar as mudanças ocorridas em São Paulo nos quatro principais grupos de 32 produtos, no período 1995-2007, com base no cálculo da contribuição da área e da produtividade para expansão da produção. No Brasil, no período 1995-2006, a área cultivada com olerícola contribuiu com 8,2% para acréscimo da produção e a produtividade com 91,8%, sendo que a evolução da produção dos principais olerícolas estudados (batata, cebola, cenoura, melancia e tomate) envolveu a acomodação e melhoria dos cultivos em algumas regiões e Estados, em detrimento de São Paulo. Essa alteração proporcionou à produção nacional expansão da área e melhoria da produtividade, com épocas de cultivo mais bem distribuídas durante o ano. No Estado de São Paulo a área média cultivada dos 32 principais olerícolas, entre os triênios inicial e final do período analisado, aumentou em 0,5% e todos os produtos tiveram ganhos de produtividade (em média 21,4%), que foi a principal fonte para a expansão da produção. Grandes olerícolas, como tomate para mesa e indústria, batata e cebola tiveram alterações substanciais na forma de produção, com intenso uso de inovações tecnológicas.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A TERRITORIALIZAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR E A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS EM FLÓRIDA PAULISTA/SP

Valmir José de Oliveira Valério; Antonio Thomaz Júnior

Tratamos aqui da expansão da cultura da cana-de-açúcar no município de Flórida Paulista/SP, no período de 1995/96 a 2007/2008, com base nos dados oficiais e observações empíricas realizadas in loco, com as atenções voltadas para a produção alimentar e o movimento de territorialização, desterritorialização e reterritorialização comandado pelo capital canavieiro, responsável pela atual formatação do espaço agrícola local e regional. Assim, buscamos entender as articulações engendradas pelo capital no processo de incorporação de terras ao seu empreendimento e as implicações na destinação de espaços à produção de alimentos constituintes da cesta básica que, atualmente, caracterizam-se cada vez mais como espaços residuais, acenando para um risco à Soberania Alimentar das populações.

UTILIZAÇÃO DE FERTILIZANTES FORMULADOS NAS CULTURAS ANUAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Célia Regina R.P. T. Ferreira; Maria Carlota M. Vicente; Elizabeth Alves e Nogueira
O trabalho procura identificar as fórmulas de adubação, empregadas no plantio das principais culturas anuais do Estado de São Paulo, bem como estimar as quantidades utilizadas desses fertilizantes por Divisão Regional Agrícola (DIRA) e para o Estado, na safra 1987/88.
Os resultados obtidos apontaram um elevado número de formulações, embora a maioria das DIRAs, dos imóveis rurais e das atividades agrícolas estudadas se concentrem no uso de algumas fórmulas, como a 04-14-08, por exemplo. Nessas lavouras, os agricultores aplicaram uma adubação mais pesada em fósforo, seguida de potássio e, em menor porcentagem, de nitrogénio. Constatou-se, ainda, que o comportamento dos produtores com relação ao emprego dos fertilizantes no plantio esteve, de modo geral, muito próximo das recomendações técnicas da pesquisa para o setor agrícola paulista.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Integração vertical na citricultura paulista: a terra como um recurso de poder das empresas processadoras

 Vieira, Ana Claudia e Alves, Francisco José da Costa
Este artigo trata da estratégia de verticalização para trás adotada pelas empresas processadoras de suco de laranja concentrado localizadas no Estado de São Paulo. Insere na discussão dessa estratégia o papel que a terra desempenha, uma vez que, considerando o mercado de terras no Brasil, ela é adquirida não apenas pelo aspecto diretamente relacionado à produção, mas também por ser um ativo que se valoriza. Utilizando a abordagem das redes de poder, este trabalho enfatiza os recursos de poder possuídos pelas empresas processadoras e também o ambiente institucional como elementos facilitadores da integração vertical por parte das indústrias processadoras. Após a adoção da estratégia, os recursos de poder das empresas são fortalecidos.

domingo, 30 de outubro de 2011

INTERAÇÃO DO ENSINO TÉCNICO NO DESENHO DO DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA REGIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO

Chabaribery, Denyse et alii
A pesquisa faz uma reflexão sobre a inserção das escolas técnicas agrícolas do Estado de São Paulo nos contextos regionais, tentando avaliar as possibilidades dessas instituições como veiculadoras de programas educacionais que propiciem a construção de projetos próprios para o desenvolvimento da agricultura familiar. Conclui-se que essas instituições de ensino são importantes na articulação de agentes locais buscando novas alternativas, bem como, para a formação de novos quadros para o desenvolvimento da agricultura familiar.

Inovação na indústria sucroalcooleira paulista: os determinantes da adoção das tecnologias de agricultura de precisão

As tecnologias de Agricultura de Precisão (AP) já são adotadas nas lavouras do Brasil, com técnicas cada vez mais produtivas, indispensáveis para garantir a liderança do País na produção agrícola. No entanto, ainda não existem estudos sobre a intensidade do uso das tecnologias de AP no País e dos condicionantes de sua adoção. 
O desafio central deste trabalho foi, então, investigar o processo de adoção e uso das tecnologias de AP alcançado pela indústria sucroalcooleira no estado de São Paulo. Para tanto, foram utilizados dados primários, a partir de encaminhamento de questionário a todas as empresas do setor sucroalcooleiro paulista, com o objetivo de conhecer não só o grau de adoção e uso das tecnologias de AP, mas também de verificar a influência das variáveis estudadas na probabilidade de adoção dessas tecnologias. 
As conclusões deste trabalho sugerem não apenas que o percentual de adoção das tecnologias de AP é elevado na indústria sucroalcooleira paulista, mas também que a probabilidade de adotar tais tecnologias é maior em ordem decrescente de importância, em usinas/destilarias de capital nacional, que fazem parte de um grupo empresarial, de orientação exportadora, de gestão profissional, e que utilizam maior percentual de recursos próprios para investimentos na empresa.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Trocando ovelhas e cabras por cana irrigada no Semiárido

  Rinaldo dos Santos
Revista O BERRO, nº 149 - Outubro de 2011
Parece brincadeira, mas não é. O Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, está com o Projeto pronto. Não é um ministro qualquer; é justamente o da Integração Nacional. Ao invés de integrar a região sertaneja nordestina, por meio de cabras e ovelhas, ele pretende desintegrar, trocando os inocentes ruminantes pela cana irrigada. Liquidar o certo, para ficar com o incerto!
O principal objetivo do Projeto é, além de ampliar a produção do combustível no Brasil, impulsionar o programa de irrigação na região, cujo investimento poderá alcançar R$ 5 bilhões por meio de PPPs (parcerias público-privadas).
iz o projeto que “aliados à irrigação, o clima seco, a alta incidência de luz solar e as chuvas concentradas em poucos meses do ano fazem da região uma das melhores do Brasil para o cultivo da cana-de-açúcar”.
Continua, dizendo que, “segundo pesquisas da Embrapa, a cana-de-açúcar plantada na região chega a ter produtividade de 200 toneladas por hectare”. Afirma, também, que “a condição ideal afastaria o risco de quebra da safra da cana por condições climáticas, como ocorreu neste ano na região centro-sul do país, e a consequente elevação dos preços dos combustíveis por falta de oferta de etanol”.
www.remaatlantico.org/Members/suassuna/campanhas/trocando-ovelhas-e-cabras-por-cana-irrigada-no-semiarido/view

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Os principais programas de investimento na eletrificação rural paulista e seus benefícios

Odail Pagliardi; Angelo Gemignani Sobrinho; José Alberto Juliani; Wanderley Bernardi
O Ministério da Agricultura, através do Grupo Executivo de Eletrificação Rural – GEER, criado em 1970, deu o passo decisivo para eletrificar as propriedades agrícolas brasileiras. O programa I PNER, considerado o marco inicial da eletrificação rural, foi importante para São Paulo, possibilitando o atendimento de 1630 usuários. Os programas que se sucederam, permitiram que o Estado deixasse a incômoda posição de ter 15% apenas de suas propriedades eletrificadas, em 1970, para atingir 60% em meados da década de oitenta.
Desde então, após cerca de uma década, em 1996, as autoridades governamentais se empenharam para continuar levando a eletricidade ao campo paulista, apresentando o Programa Luz da Terra, com recursos provenientes do BNDES e do FEAP, tendo como agente financiador a Nossa Caixa – Nosso Banco. O programa, ainda em vigor, tem como objetivo atingir 80% de eletrificação das propriedades.
O fato interessante, no que diz respeito a este financiamento, é quanto ao programa ser feito com base no valor produto plantado pelo agricultor a exemplo do crédito rural tradicional. Contudo existem críticas ao Programa principalmente em relação ao montante financiado e a atuação das concessionárias elétricas.

O MERCADO DE MÃO-DE-OBRA VOLANTE NA AGRICULTURA PAULISTA, 1974/75 A 1986/87

Maria Carlota Meloni Vicente, Evaristo Marzabal Neves, José Roberto Vicente
O objetivo deste trabalho foi analisar aspectos da demanda e oferta de mão-de-obra volante na agricultura paulista. 0 mercado de mão-de-obra volante foi representado por equações simultâneas, onde as variáveis endógenas foram o número de volantes e o salário. 0 período analisado estendeu-se de novembro de 1974 a setembro de 1987, com observações para vários meses do ano (fevereiro, abril, junho, setembro e novembro)4 o que possibilitou avaliar a estacionalidade do trabalho. As estimativas dos parâmetros das equações estruturais foram obtidas pelo método dos Mínimos Quadrados em Dois Estágios. Os dados básicos utilizados na pesquisa tiveram como fonte o Instituto de Economia Agrícola (IEA) e a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os resultados obtidos indicaram inelasticidade-salário da demanda e elasticidade-salário da oferta da ordem de 1,03. As variáveis deslocadoras da função de demanda foram a motomecanização das operações de capina e colheita, a relação entre os preços recebidos e os preços pagos pelos agricultores, o emprego de residente, uma variável binária para o mês de junho e a tendência. Na equação de oferta, foram significativos os coeficientes das variáveis salário da mão-de-obra volante, salário mínimo (utilizado como salário alternativo) e tendência.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

SITUAÇÃO ATUAL DA PARTICIPAÇÃO DAS HORTALIÇAS NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO E PERSPECTIVAS FUTURAS

Nirlene Junqueira Vilela, Gilmar Paulo Henz

Este trabalho descreve a situação das hortaliças no contexto do agronegócio brasileiro, com vistas à atender uma demanda crescente por informações por parte do público que desenvolve atividades relacionadas à área. 
Levando em consideração a produção dos estados mais importantes da Região Sudeste, procurou-se traçar o perfil atual do mercado de hortaliças em termos de volume, participação e valores financeiros, bem como descrever as principais características do movimento comercial de batata, tomate, cenoura, alho e cebola. Foram consideradas as novas tendências de consumo e a expansão de novos mercados para hortaliças, como produtos orgânicos, minimamente processados, congelados e supergelados, conservas e enlatados, desidratados e liofilizados.
Discutiram-se também as mudanças na estrutura de distribuição das hortaliças no atacado e varejo, com as conseqüências da crescente participação dos supermercados nas vendas. Foi avaliada a participação das hortaliças em uma projeção do consumo alimentar nas diferentes classes de renda, em diferentes cenários (taxa de crescimento econômico, incremento populacional, consumo). De acordo com os dados levantados, o agronegócio das hortaliças oferece amplas perspectivas para todos os segmentos envolvidos, e as mudanças observadas no mercado apontam para melhoria da eficiência, associada a ganho de competitividade, em qualidade, diferenciação, preços e custos.

Mão-de-obra volante na agricultura brasileira: uma revisão da bibliografia

William S. Saint

Grandes transformações estruturais na agricultura vêm acompanhando a ascensão do Brasil para a posição de terceiro maior exportador agrícola no mundo. Uma das mais visíveis dentre essas transformações é o aparecimento do trabalhador assalariado temporário (o bóia-fria). 
É resenhada, aqui, a literatura existente sobre o assunto. Nossa discussão focaliza os processos históricos que contribuíram para a mudança nas relações de trabalho, assim como os principais fatores que a ensejaram: a) modernização tecnológica e crescente variação sazonal; b) mudanças na composição de culturas e nos requisitos de mão-de-obra; c) modificações na legislação trabalhista rural e benefícios associados. Além disso, são estudados as formas de emprego do trabalho assalariado temporário (inclusive o recrutamento) e descritas as condições e qualidade de vida desses empregados volantes. Finalmente, há uma breve análise das respostas correntes de política relativas a esse reconhecido problema social.

EVOLUÇ ÃO DA PRODUTIVIDADE NA CITRICULTURA PAULISTA

Denise Viani Caser, Antonio Ambrosio Amaro
No decorrer de sua história, a citricultura brasileira mostrou fases de expansão e de retração, de prosperidade e de decadência, desenvolvendo-se com mínima intervenção governamental.
Foi na área da pesquisa e da extensão rural que houve a maior concentração de esforços governamentais, tanto federal como estadual. A partir da década 1960, com o desenvolvimento da indústria de suco concentrado, o crescimento da demanda pela matéria-prima provocou expansão da área plantada e da produção, até fins da década de 1990, passando a se constituir numa das principais atividades agrícolas no Estado de São Paulo.
Na citricultura, as pesquisas abrangem estudos de clima, solo, genética, botânica, sanidade das plantas, propagação de material, portaenxertos, diversos manejos de fitotecnia (água,espaçamentos), nutrição, pragas, doenças, fisiologia, economia e administração.
A finalidade principal das pesquisas foi sempre a de proporcionar aos citricultores conhecimentos que permitissem obter nos pomares as melhores produções econômicas tanto em quantidade quanto em qualidade dos frutos.

DINÂMICA DA AGROPECUÁRIA PAULISTA NO CONTEXTO DAS TRANSFORMAÇÕES DE SUA AGRICULTURA

José Sidnei Gonçalves
Este trabalho representa uma primeira abordagem e insere-se numa pesquisa mais ampla que objetiva: desenvolver a análise da agricultura e da agropecuária paulista dentro de um processo de discussão em que serão retomadas as principais contribuições do Instituto de Economia Agrícola (IEA) desde seu surgimento enquanto Comissão de Estudos de Economia Rural nos idos de 9 de setembro de 1942. 
A análise dos textos institucionais, considerados fundamentais, no contexto em que foram escritos, permitirá não apenas aquilatar a relevância do IEA na formatação da “ideologia da modernização” que sustentou esse processo no plano da sociedade, mas também atualizar e aprimorar bases de dados estruturais que conformaram o lastro empírico para essas análises aplicadas. Registrado no CCTC, IE-67/2005.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

NOVAS OPORTUNIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL DIRIGIDO PELAS COMUNIDADES

Ignacy Sachs
O desenvolvimento rural é ainda um componente essencial das estratégias do desenvolvimento sustentado por três razões:
· Como um imperativo social, através da inclusão social por “trabalho decente”;
· Como um imperativo ambiental, através da promoção do “fazendo bom uso da natureza” pelas sociedades camponesas;
· Como um setor com significativo efeito multiplicador sobre o resto da economia.
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE REFORMA AGRÁRIA E DESENVOLVIMENTO RURAL
Porto Alegre, 7-10 de março de 2006  -  www.icarrd.org/po/icarrd_docs_issues.html