terça-feira, 31 de julho de 2018

Campo registra menos empregos e mais agrotóxicos, diz IBGE

O número de trabalhadores no campo diminuiu e mais produtores rurais estão utilizando agrotóxicos. Os dados são da comparação entre os Censos Agropecuários de 2006 e 2017, do IBGE.
Os números do Censo de 2017 começaram a ser divulgados pelo IBGE, mas são preliminares e poderão ser revisados.
Hoje, o Brasil tem 15.036.978 pessoas trabalhando em atividades agropecuárias, um número 9,2% menor na comparação com 2006. Ou seja, foram eliminados cerca 1,5 milhão de empregos.
Ao mesmo tempo, aumentou a mecanização no campo. O número de tratores registrados em propriedades rurais aumentou 49,7% no período e chegou a 1,22 milhão de unidades. 
Aumentou, também, o número de propriedades rurais que usam agrotóxicos. Das 5.072.152 propriedades rurais existentes no país, 33% utilizam os produtos agroquímicos — um aumento de 20,4% em relação a 2006.
Das 5.072.152 propriedades rurais existentes no país, cerca de metade delas têm 10 hectares ou menos. Este grupo de pequenas propriedades detêm 2,28% da área total destinada a estabelecimentos agropecuários.
Enquanto isso, existem 50.865 propriedades rurais, cerca de 1% do total, que confinam dentro de suas cercas 47,52% de todas as terras utilizadas para a agropecuária.
O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Gilmar Mauro acredita que os dados mostram um país com renda e terras "altamente concentrada" e que continua a "aumentar o processo de concentração de riquezas".
"Nós nascemos como colônia, exportando produtos agrícolas e minerais desde o famoso e malfadado descobrimento. E continuamos dessa forma. Mas há um agravamento dessa situação, principalmente a partir da década de 1980 e da crise econômica brasileira, e do grande déficit nas contas gerais do Brasil, se apostou bastante na exportação de produtos agrícolas como forma de obter superávit, para equilibrar todo o balanço de pagamentos", diz Mauro à Sputnik Brasil.
Já o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Hélio Sirimarco, ressalta que as informações do Censo Agropecuário de 2017 mostram um "aumento na produtividade" e se diz temeroso do possível impacto no câmbio que as eleições de outubro podem trazer.

Fonte: https://br.sputniknews.com/brasil/2018073111846842-campo-menos-empregos-mais-agrotoxicos-ibge-censo-agropecuario/

terça-feira, 8 de maio de 2018

Fusão entre Monsanto e Bayer aumenta monopólio do veneno e da transgenia no mundo


No dia 21 de março, a União Europeia avalizou a fusão de duas megaempresas de tecnologia agrícola: a norte-americana Monsanto e a alemã Bayer. O negócio já havia sido aprovado no Brasil pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Também já houve o aval chinês e da África do Sul. Basta a autorização dos Estados Unidos para consolidar a fusão no mercado agrícola mundial.
A unificação de tais empresas é a terceira na concentração produtiva. Com a união das estadunidenses Dow e DuPont e da suíça Syngenta com a chinesa ChemChina, o mercado agroquímico mundial será protagonizado por quatro grupos econômicos, somados à também estadunidense Basf.
O novo cenário é de que as quatro empresas transnacionais passem a dominar 65% das vendas de agrotóxicos e pesticidas e cerca de 60% das comercializações de sementes no mundo. Somente a Monsanto é a maior vendedora de sementes do globo e a Bayer ocupa a segunda posição na venda de agrotóxicos.

02 de Abril de 2018 - 

segunda-feira, 26 de junho de 2017

A destruição do patrimônio genético agrícola no Brasil

José Maria Tardin, especialista em agroecologia, alerta que materiais genéticos de plantas nativas estão sendo destruídos, enquanto uma parte é sequestrada e armazenada em bacos de germoplasmas utilizados por trasnacionais 

Jornal GGN - A atuação das grandes empresas agrícolas está provocando a devastação das espécies de alimentos no país, além disso, o patrimônio genético brasileiro está sendo armazenado em bancos de transnacionais, quando deveria ser tratado como um tema de segurança nacional. O alerta é do professor de agroecologia e membro do Conselho Gestor e educador na Escola Latinoamericana de Agroecologia (ELAA), José Maria Tardin, em entrevista para o Sul21.

http://jornalggn.com.br/noticia/a-destruicao-do-patrimonio-genetico-agricola-no-brasil








segunda-feira, 20 de março de 2017

Proposta cria a Política Nacional de Agricultura Urbana

Reportagem – Luiz Gustavo Xavier  -  Edição – Newton Araújo
 
Tramita na Câmara o Projeto de Lei 906/15, do deputado Padre João (PT-MG), que cria a Política Nacional de Agricultura Urbana e estabelece ações que devem ser empreendidas pelo governo federal, em articulação com os estados e municípios.
Pelo texto, a agricultura urbana é definida como a atividade agrícola e pecuária desenvolvida nos limites da cidade e integrada ao sistema ecológico e econômico urbano, destinada à produção de alimentos e de outros bens para o consumo próprio ou para a comercialização em pequena escala.
Ações
Entre as ações previstas no projeto estão:
- o apoio aos municípios na definição de áreas aptas ao desenvolvimento de agricultura urbana comunitária e individual;
- a viabilidade de aquisição de produtos da agricultura urbana para os programas governamentais como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); e
- a definição de linhas especiais de crédito para agricultores urbanos e suas organizações, visando ao investimento na produção, no processamento e na estrutura de comercialização.
O texto determina que a agricultura urbana esteja prevista nos institutos jurídicos, tributários e financeiros do município, especialmente nos planos diretores ou nas diretrizes gerais de uso e ocupação do solo urbano, com o objetivo de abranger aspectos de interesse local e garantir as funções sociais da propriedade e da cidade.
Descentralização
A proposta exige ainda que a política nacional de agricultura urbana seja planejada e executada de forma descentralizada e integrada às políticas sociais e de desenvolvimento urbano, e implementada mediante a cooperação entre a União, os estados e os municípios.
O projeto estabelece ainda que a agricultura urbana atenda às exigências estabelecidas nas legislações sanitária e ambiental pertinentes às fases de produção, processamento e comercialização de alimentos.
Objetivos
Entre os objetivos previstos da política nacional de agricultura urbana estão:
- ampliar a segurança alimentar e nutricional das populações urbanas vulneráveis;
- propiciar a ocupação de espaços urbanos ociosos;
- gerar alternativa de renda e de atividade ocupacional à população urbana;
- articular a produção de alimentos nas cidades com os programas institucionais de alimentação em escolas, creches, hospitais, asilos, restaurantes populares, estabelecimentos penais e outros.
O deputado Padre João explica que a agricultura urbana envolve a agricultura intraurbana, aquela desenvolvida no interior das cidades, e a agricultura periurbana, feita nas periferias.
“A importância crescente da agricultura urbana no mundo contemporâneo torna necessárias políticas públicas de âmbito nacional para seu fortalecimento e organização”, diz o autor da proposta.
Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Urbano; de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

Íntegra da proposta:   PL-906/2015

  www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/AGROPECUARIA/492592-PROPOSTA-CRIA-A-POLITICA-NACIONAL-DE-AGRICULTURA-URBANA.html
Agência Câmara Notícias