segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Empresas escondem intoxicações de trabalhadores rurais por agrotóxico

 Bruno Fonseca, Pedro Grigori, Thays Lavor

 Agência Pública/Repórter Brasil

Levantamento inédito revela que empresas não notificam casos de 2 em cada 3 trabalhadores com carteira assinada intoxicados por pesticida

Na última década, 7.163 trabalhadores rurais foram atendidos em hospitais e diagnosticados com intoxicação por agrotóxico dentro do ambiente de trabalho ou em decorrência da atividade profissional. É o que revelam dados da base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, de 2010 a 2019, obtidos via lei de acesso à informação pela Agência Pública e Repórter Brasil. No entanto, mesmo com o diagnóstico médico, apenas 787 trabalhadores tiveram a comunicação de acidente de trabalho (CAT) enviada ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Desses, só 200 receberam auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.A reportagem localizou 58 casos nos quais o agricultor intoxicado por agrotóxico morreu, mas o INSS não recebeu nenhuma notificação. E apenas um a cada 35 trabalhadores recebeu auxílio-doença do governo.  
O médico, a empresa ou o trabalhador podem fazer a comunicação de acidente de trabalho ao INSS. Mas isso não está acontecendo. Apenas 11% das intoxicações confirmadas na última década foram informadas ao governo.
O levantamento faz parte de uma série de reportagens iniciada na última semana, que mostra o cenário de intoxicações por agrotóxicos no Brasil. 
 
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terça-feira, 15 de setembro de 2020

Apesar de lobby pelo agrotóxico, Anvisa mantém proibição do Paraquate

 Hélen Freitas, Agência Pública/Repórter Brasil

Após intensa campanha de fabricantes de agrotóxicos e de produtores rurais, votação acirrada dentro da agência confirma o banimento do agrotóxico letal. Retirada do produto do mercado deve ocorrer no dia 22 de setembro

Após intensa disputa nos bastidores, a Anvisa decidiu manter a proibição do agrotóxico Paraquate a partir de 22 de setembro. A decisão foi tomada hoje em reunião da diretoria colegiada com um placar apertado: 3 votos por manter a proibição, 2 votos por adiar em um ano. O adiamento abria a possibilidade de liberação do produto, já que o prazo seria justamente para a indústria de agrotóxicos apresentar novos argumentos em defesa do Paraquate.
Os dois votos a favor do adiamento, portanto favorável aos fabricantes de agrotóxicos, vieram de diretores indicados pelo presidente Jair Bolsonaro: o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres e a diretora Meiruze Sousa Freitas. Entre os três diretores que votaram contra o adiamento, também há dois indicados por Bolsonaro.
 
Este assunto era objeto de intenso lobby dentro da agência, como revelou a série de matérias da Repórter Brasil e Agência Pública. Empresas fabricantes e produtores rurais chegaram a fazer mais de 20 reuniões na Anvisa desde que a proibição foi publicada, em 2017. Neste ano os esforços do lobby se concentraram em torno do argumento de que haveria novas pesquisas que, em tese, poderiam provar que o agrotóxico é seguro. O principal estudo que justificava o adiamento, porém, foi suspenso pelo Comitê de Ética da Unicamp após as revelações de conflito de interesse feitas pela reportagem.  

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quinta-feira, 30 de julho de 2020

Unicamp suspende pesquisa financiada pelo lobby para liberar agrotóxico letal


Após denúncia do Repórter Brasil e da Agência Pública, Comitê de Ética da universidade suspendeu pesquisa financiada por produtores de soja que visava reverter a proibição do Paraquate
Ana Aranha, 30/07/2020

Pesquisa é apenas um dos componentes da Força-Tarefa Paraquate, grupo que reúne 12 fabricantes do produto para fazer lobby pelo veneno
Outra pesquisa também foi financiada pelo lobby
Aliada ao agronegócio, Anvisa conseguiu na justiça o direito de adiar a proibição do Paraquate mesmo antes que novas conclusões sejam apresentadas

Fonte: www.brasildefato.com.br/2017/09/20/paraquate-e-banido-por-ser-mutagenico-so-que-nao/


Após revelações em matéria da Repórter Brasil e da Agência Pública, o comitê de Ética da Unicamp suspendeu pesquisa conduzida em laboratório da Faculdade de Ciências Farmacêuticas que estava sendo usada para liberar o uso de agrotóxico letal. A reportagem denunciou que, antes mesmo de ser concluída, a pesquisa era peça central do lobby para reverter a proibição do Paraquate, classificado como “extremamente tóxico” e um dos agrotóxicos mais usados no Brasil. O produto está com data marcada para ser banido em setembro deste ano, segundo decisão tomada pela Anvisa em 2017 com base em evidências de que ele pode gerar mutações genéticas e a doença de Parkinson nos trabalhadores rurais.

Acesse a reportagem completa no link abaixo