domingo, 14 de agosto de 2011

Relações entre mundo rural e mundo urbano: evolução histórica, situação actual e pistas para o futuro

 João Ferrão
Instituto de Ciências Sociais - Lisboa
Este texto tem como finalidade identificar linhas de intervenção que favoreçam o estabelecimento de relações de maior complementaridade e simbiose entre os mundos rural e urbano.
Com este objetivo presente, efectua-se, num primeiro ponto, uma reconstituição sintética das relações rural-urbano que historicamente dominaram nos países europeus, de forma a salientar as principais inflexões ocorridas ao longo do tempo e seu significado.
Num segundo ponto sublinham-se os traços mais marcantes das situações hoje prevalecentes, interpretando-os à luz de breve reconstituição histórica anteriormente apresentada.
Por último, num terceiro ponto propõem-se algumas linhas estratégicas de intervenção visando o estabelecer uma nova geração de relações de complementaridade entre o mundo rural e o mundo urbano.
http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0250-71612000007800006#1

sábado, 13 de agosto de 2011

Agricultura familiar e uso do solo

Resumo

Para discutir estes temas, o presente texto divide-se em três partes, além desta
apresentação. Inicialmente (item 2), procura-se oferecer uma definição de
agricultura familiar e as principais informações a respeito de seu desempenho, em
países capitalistas centrais e no Brasil. Mesmo não se tratando de um panorama
completo sobre o tema, as informações oferecidas procuram mostrar que
agricultura familiar e pequena produção não podem ser tomadas como sinônimos.
Em seguida (item 3) é apresentada a questão específica proposta na mesa-redonda:
o uso do solo na agricultura familiar. Discutem-se dados nacionais propostos por
um estudo da FAO (1995) e os resultados de uma pesquisa publicada recentemente
sobre o Estado de São Paulo. Em ambos os casos, fica nítido o potencial
econômico da agricultura familiar. No item 4 sugere-se (sem aprofundar o tema)
que ao potencial econômico embutido na agricultura familiar corresponde uma
vocação ainda mais importante: a de servir como base para uma estratégia
descentralizada de desenvolvimento.

http://www.abramovay.pro.br/artigos_cientificos/1997/Agricultura_familiar.pdf


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Indicadores do mercado de trabalho do sistema agroindustrial da cana-de-açúcar do Brasil no período 1992-2005

RESUMO

Este trabalho analisa os ambientes institucional e organizacional do mercado de trabalho do setor sucroalcooleiro do Brasil, e apresenta seus indicadores sociais para o período 1992-2005. As fontes de dados são as PNADs (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e os Registros Administrativos da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Emprego. No setor de cana-de-açúcar, verificou-se redução de 23% do número de empregados entre 1992 e 2005, a despeito do crescimento da produção de 54,6%; do total de 519.917 empregados, 27,1% são informais; o nível de educação dos empregados do setor de cana-de-açúcar tem evoluído positivamente, mas ainda é baixo: em 2005, 70% tinham até quatro anos de estudo e existia uma parte significativa de analfabetos (29%) (PNAD). Segundo os registros da RAIS, os maiores salários médios mensais foram pagos pela indústria do álcool (R$ 706,29), seguidos pela indústria do açúcar (R$ 698,99), e pelo setor agrícola (R$ 647,22).

Palavras-chave: mercado de trabalho, sistema agroindustrial da cana-de-açúcar, ambiente institucional, ambiente organizacional

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-41612007000400007&lng=en&nrm=iso


Por que morrem os cortadores de cana?

Resumo
O objetivo deste trabalho é demonstrar que a morte
dos trabalhadores assalariados rurais, cortadores de
cana, advém do pagamento por produção. Os processos
de produção e de trabalho vigentes no Complexo
Agroindustrial Canavieiro foram concebidos objetivando
a produtividade crescente do trabalho e, combinados
ao pagamento por produção, provocam a necessidade
de os trabalhadores aumentarem o esforço
despendido no trabalho. O crescimento do dispêndio
de energia e do esforço para cortar mais cana provoca
ou a morte dos trabalhadores ou a perda precoce de
capacidade de trabalho.
Palavras-chaves: Morte por excesso de trabalho; Processo
de produção; Processo de trabalho; Complexo
agroindustrial canavieiro; Pagamento por produção.

http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v15n3/08.pdf




Acidentes do trabalho rural no interior paulista

RESUMO

No interior paulista, coabitam alta tecnologia e acidentes do trabalho estritamente manuais, ou seja, o alto índice de tecnologia utilizada na agropecuária não descartou a possibilidade de existirem acidentes com trabalhadores rurais, que exercem atividades com baixo padrão tecnológico, sobretudo as vinculadas ao plantio e corte de cana-de-açúcar. Onde eles, em sua maioria, sofrem acidentes no exercício diário de sua profissão.

Palavras-chave: trabalhador rural; acidente do trabalho; atividade agrícola.


http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392003000200009&script=sci_arttext

domingo, 7 de agosto de 2011

Paisagens de Jörg Müller

Veja a sequência completa em http://home.deds.nl/~natureculture/

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Marco Referencial em Agroecologia

Mattos, Luciano (org.)
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Se há alguns anos a Agroecologia se apresentava distante dos debates sobre desenvolvimento rural, atualmente goza de crescente reconhecimento público. Essa evolução explica-se pelo fato de que dinâmicas sociais de inovação agroecológica em curso, nas várias regiões do País, não tiveram que esperar pela construção de sua credibilidade no mundo acadêmico para que pudessem se desenvolver e demonstrar seus benefícios para a vida de populações rurais historicamente marginalizadas e para a conservação dos ecossistemas em que elas vivem e produzem. É nesse sentido que podemos falar em Agroecologia tanto como enfoque científico quanto como movimento social.
Como ciência, ela vem sendo sistematizada desde a década de 1980, dotando os então denominados movimentos de agricultura alternativa de maior consistência conceitual e metodológica. Como movimento social, tem permitido trazer para o debate público a questão do poder da ciência sobre o desenvolvimento da sociedade, realçando o caráter eminentemente político que há por trás das opções entre diferentes modelos tecnológicos empregados na agricultura.
O que a Agroecologia traz de novo é um embasamento conceitual e uma abordagem metodológica que permite articular especialistas de diversos ramos do conhecimento para que, juntos, em projetos de pesquisa multi, inter e transdisciplinares, avancem nos estudos sobre os fundamentos da sustentabilidade dos sistemas agropecuários.
Tendo como objeto de estudo o agroecossistema, a pesquisa em Agroecologia se orienta para o desenvolvimento de sistemas que potencializem os fluxos e ciclos naturais para que eles interatuem em favor do desempenho produtivo de cultivos e criações. Nisso ela se diferencia frontalmente da concepção que organiza os sistemas produtivos convencionais, desenhados para controlar o ambiente agrícola e simplificar suas redes de interações ecológicas por intermédio do aporte intensivo de insumos externos e energia não renovável.
A manutenção e o manejo de agroecossistemas biodiversificados é a principal estratégia da Agroecologia, por meio da qual efeitos de sinergia e sincronia entre seus componentes e subsistemas são promovidos, gerando crescentes níveis de autonomia técnica, estabilidade produtiva e resistência e resiliência ecológicas.