sexta-feira, 1 de julho de 2011

TRAJETÓRIA E SITUAÇÃO ATUAL DA AGRICULTURA DE BASE ECOLÓGICA NO BRASIL E NO ESTADO DE SÃO PAULO

Este trabalho apresenta a situação atual do desenvolvimento da produção de base ecológica no Brasil e no Estado de São Paulo. Para tanto, resgatou-se o histórico da emergência e expansão da agricultura de base ecológica, identificaram-se a diversidade da produção e do mercado, os elementos motivadores dessa expansão e os obstáculos, à luz do contexto atual.
Realizaram-se a interpretação socioeconômica de dados estatísticos coletados e a análise de entrevistas efetuadas com diferentes agentes sociais e organizações econômicas. Os resultados foram os seguintes:
a) trajetória da emergência e expansão da agricultura de base ecológica;
b) desenvolvimento da produção de base ecológica no Brasil;
c) desenvolvimento da produção de base ecológica do Estado de São Paulo; d) identificação e caracterização das cadeias da produção certificadas respectivamente para exportação e mercados locais;
e) comentários sobre diversos aspectos da produção e do mercado, baseados nos estudos de casos conduzidos no âmbito do projeto Global Org, nas ações de pesquisas dos autores e sobre o processo de transição em curso.
Os resultados devem subsidiar a formulação de políticas públicas no âmbito do desenvolvimento da produção e comercialização de alimentos orgânicos do País.

Termos para indexação: agroecologia, mercado, políticas públicas, produtos orgânicos.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Senado discute novas definições de espaço urbano no Estatuto das Cidades

Projeto do Senador GILBERTO GOELLNER sobre os critérios de definição do espaço urbano pretende "eliminar uma distorção da idéia que temos do grau de urbanização do nosso País, introduzindo um critério mais racional de classificação dos espaços urbano e rural o nosso território e, com isso, tornando possível um melhor entendimento das reais necessidades de cada localidade. Com esta compreensão, políticas públicas voltadas para a solução dos problemas urbanos e rurais poderão ser elaboradas com maior precisão, melhorando a eficiência na aplicação dos recursos públicos."
Veja a íntegra do projeto de lei e opine: 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O Crescimento da Agricultura Paulista e as Instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão numa Perspectiva de Longo Prazo

O sucesso da agricultura brasileira tem provocado surpresas em todo o mundo. O aumento significativo da produtividade tem motivado até mesmo a presença de comitivas de técnicos estrangeiros para verificar, in loco, as razões desse sucesso. O aperfeiçoamento genético, a introdução de tecnologias, a crescente mecanização, o uso mais racional de fertilizantes e defensivos contribuíram para muitos avanços nesse sentido e conduziram o país à condição de grande produtor agrícola e com potencial de expansão ainda maior. Isto, mesmo sem descuidar da melhor conservação do seu meio ambiente, uma das preocupações atuais. Muitos são os fatores responsáveis por esse salto de competência da agricultura paulista e brasileira, cuja conseqüência imediata foram resultados muito positivos sobre nossas exportações de produtos agrícolas – 72% de acréscimo entre 1992 e 2002, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Outra conseqüência imediata foi o aumento no poder aquisitivo do trabalhador brasileiro, que passou a contar com alimentos e produtos mais baratos. Mas o que queremos destacar com a publicação deste trabalho é a importância da pesquisa científica para a agregação de valor ao produto agrícola do estado de São Paulo.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

DESAFIO PARA A GESTÃO DE BACIA PERI-URBANA: TRANSFORMAR EM SERVIÇO AMBIENTAL A PRODUÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR

A partir da realidade da agricultura familiar na Bacia do Alto Tiete Cabeceiras, Região Metropolitana de São Paulo, avaliou-se o manejo da água utilizada à produção de hortaliças. O objetivo é analisar se a agricultura familiar pode prestar a cidade de São Paulo, o serviço ambiental de provisão de água, complementarmente a de alimentos, através da preservação da paisagem rural e a contenção da expansão urbana desordenada. Por este serviço adicional poder-se-ia estruturar o mercado diferenciado dos produtos hortícolas da região, com esta qualidade, como uma ação do Comitê de Bacia participante na estruturação de um sistema de garantia da qualidade, com controle social.

EXPANSÃO URBANA E PLURIFUNCIONALIDADE NO ESPAÇO PERIURBANO DO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA (SP)

Procurando desvendar a dinâmica do espaço periurbano, este trabalho tomou como exemplo o município paulista de Araraquara. O entendimento do conceito de espaço periurbano deve ter como base a origem do processo que levou ao seu surgimento, ou seja, o crescimento urbano de forma difusa, ocupando as áreas periféricas da cidade. No espaço periurbano convivem agricultura, residências (principal ou secundária) e atividades urbanas. O processo de urbanização e modernização tecnológica transformou as relações campo-cidade e pressionou o meio rural, que cada vez mais se caracteriza pelo “novo rural” e pela “nova ruralidade”, ressaltando características rurais perdidas, principalmente a importância do contato com a natureza, difundida pelo turismo rural. Em Araraquara, o espaço periurbano é analisado a partir da expansão urbana do município que, por ser desordenada, gerou vazios urbanos, além de “engolir” os espaços rurais no entorno urbano. Esses problemas são alvo do novo Plano Diretor do município, que está em fase de votação na Câmara Municipal. Assim sendo, escolhemos uma área que representasse o espaço periurbano do município, onde procuramos destacar sua plurifuncionalidade, quer dizer, de que forma se caracterizam as propriedades rurais, a agricultura, e as formas de uso e ocupação do solo, em especial o lazer periurbano.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

USO DE AGROTÓXICOS EM CANA-DE-AÇÚCAR NA BACIA DO RIO CORUMBATAÍ E O RISCO DE POLUIÇÃO HÍDRICA

Ao longo dos anos, a agricultura mundial cresceu em produtividade e área cultivada, acompanhada pelo uso intenso de agrotóxicos, que também sofreram grandes evoluções. Muitas moléculas novas surgiram, com características físico-químicas que propiciam funcionalidades diferenciadas e comportamentos ambientais distintos, com grandes alterações nos perfis toxicológicos e ecotoxicológicos, fruto dos avanços tecnológicos e pressões ambientalistas.
O estado de São Paulo é responsável por 58% da produção nacional de cana-de-açúcar, que representa 14,73% do uso do solo rural do estado. A cultura da cana-de-açúcar respondeu, em 2002, por 11,5% das vendas de agrotóxicos no Brasil, atrás somente da soja. Em 2003, a cultura representou 8,0% das vendas, ocupando a 4ª posição, movimentando 251 milhões de dólares. No entanto, com a intensificação do uso da água do rio Corumbataí, principalmente pelo município de Piracicaba, devido ao comprometimento da qualidade de outros mananciais, tem-se vislumbrado, nos últimos anos, uma crescente preocupação com o gerenciamento deste corpo hídrico. Sendo assim, o objetivo deste trabalho segue em consonância com vários estudos desenvolvidos nesta bacia, uma vez que o diagnóstico do uso de agrotóxicos no cultivo da cana-de-açúcar nesta área é ferramenta primordial para um gerenciamento adequado das atividades agrícolas, otimização dos processos de monitoramento de resíduos e caracterização espaço-temporal de exposição.

FORMAS SOCIAIS DE DESENVOLVIMENTO DA HORTICULTURA ORGÂNICA FAMILIAR EM ÁREAS DE CINTURÃO VERDE DO TERRITÓRIO DE IBIÚNA, ESTADO DE SÃO PAULO

Stéphane Bellon;Lucimar Santiago de Abreu

O desenvolvimento da agricultura orgânica (AO) no Brasil tem múltiplas formas. Além de um nicho de mercado ou de uma oportunidade de exportação, consiste numa prática social alternativa, que recria espaços de produção e novas relações entre produtores, mercado e consumidores. Por meio de suas experiências com a AO, em uma comunidade próxima a três metrópoles, horticultores familiares de Ibiúna, SP, criaram entidades coletivas e experimentaram novas práticas sociais. No estudo, mostrou-se como esses minifúndios foram organizados para desenvolver agricultura orgânica e responder a diversos objetivos. Com base nas entrevistas e nas observações de campo, foram consideradas as formas concretas de organização e de desenvolvimento da agricultura orgânica. No primeiro momento, foi apresentado um quadro teórico desse estudo sobre os desafios da agricultura orgânica em Ibiúna. Em seguida, descreveu-se o universo da pesquisa e caracterizou-se o desenvolvimento da agricultura orgânica como projeto social, o qual estabelece interações entre a economia e o meio ambiente no território de Ibiúna. Na terceira parte, foram identificadas as quatro formas sociais de organização, a dinâmica de funcionamento, os valores sociais e os culturais e suas inter-relações. Enfim, foram discutidos os elementos suscetíveis de garantir a reprodução social e de fortalecer novas vias de desenvolvimento.