Maria Fernanda Ribeiro 16/04/2020
No sistema PRV, o gado esgota uma área de pastagem e é transferido para outra, enquanto a primeira se recupera. Foto: Amanda Lelis.
Um criador de Tefé, no Amazonas, fez de sua fazenda uma referência para
a pecuária na floresta, em uma iniciativa do Instituto de Desenvolvimento
Sustentável Mamirauá. Além da rentabilidade maior, o sistema é mais produtivo,
mesmo usando uma área menor de pastagem.
No sistema PRV (Pastejo Racional Voisin), idealizado pelo pesquisador
francês André Voisin, o gado fica confinado se alimentando em parcelas
cercadas. O ideal é que as parcelas sejam dimensionadas para o plantel consumir
o pasto em um dia. Depois de consumir aquela pastagem, as cabeças são movidas
para a próxima parcela e assim todo o dia tem pasto novo – enquanto isso, o
solo e a vegetação da primeira se recuperam.
Essa forma de criação dispensa a necessidade de que novas áreas de
floresta sejam derrubadas para a abertura de pastos. Uma das mais importantes
atividades da economia brasileira, a pecuária tem uma imagem ligada ao
desmatamento na Amazônia.
Aproveitar áreas já degradadas e abandonadas é uma das soluções
apontadas para a criação de gado na floresta. Um estudo publicado pela revista
Science em 2019 mostra que o Brasil tem 50 milhões de hectares nessas condições
disponíveis para a pecuária.
https://brasil.mongabay.com/2020/04/desmatamento-zero-modelo-sustentavel-inova-a-criacao-de-gado-na-amazonia/