sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Questão dos agrotóxicos exige debate qualificado

 Larissa Bombardi

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O consumo de agrotóxicos é um grande negócio mundial que tem óbvia relação com outro mercado, o da produção de alimentos, mas que deve ser entendido também em suas estratégias particulares. Nos últimos anos, o Brasil tem ocupado a primeira posição neste ranking. Sendo que, no período de 2000 a 2013, nos tornamos o maior importador mundial de agrotóxicos (PELAEZ, V. et al.,2016).
Muito se tem discutido a respeito da classificação da posição dos países no que diz respeito à relação kg/ha (quilos por hectare) no consumo de agrotóxicos. De acordo com a FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), o Brasil tem uma posição abaixo (no sentido de utilizar menos agrotóxicos) daquela ocupada pelo Japão, por exemplo.
Por uma questão daquilo que chamamos na geografia de escala, não é possível comparar a agricultura japonesa com a brasileira, sobretudo porque sabidamente o Japão é um país que tem 70% de sua área ocupada por montanhas não cultivadas, tem uma densidade demográfica de 336 habitantes por km², tem outro modelo de agricultura e produz, majoritariamente, arroz.
Segundo a FAO o Japão consome em média 14,18 kg de agrotóxicos por hectare, enquanto no Brasil seriam apenas 2,77 kg por hectare, cerca de 1/5, portanto. Esse dado, isoladamente, deveria levantar a curiosidade de todos. Afinal, o Japão não se classifica como um produtor agrícola relevante.
Na ciência, para que um dado possa orientar uma reflexão correta, é preciso ponderá-lo em relação a um conjunto de fatores, ou seja, é necessário que se defina uma metodologia para que o dado possa passar por um escrutínio e ser efetivamente compreendido, tal como faremos nos parágrafos a seguir.

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