domingo, 15 de dezembro de 2019

Pesquisa indica que não há dose segura de agrotóxico

Pesquisadora é perseguida após divulgar resultados de sua pesquisa que comprovam que não existe dose segura de resíduos de agrotóxicos

Mariana Simões, Agência Pública/Repórter Brasil
Há 30 anos, a imunologista Mônica Lopes Ferreira desempenha uma celebrada carreira no Instituto Butantan, instituição pública centenária ligada à Secretaria da Saúde de São Paulo, que atua como centro de pesquisa biológica. Há dois meses, porém, Mônica tem passado por um campanha contra ela dentro do instituto.
Tudo começou quando a imunologista analisou dez agrotóxicos que estão entre os mais utilizados no Brasil e revelou que todos, em qualquer quantidade aplicada, causam graves prejuízos à saúde humana. São eles: abamectina, acefato, alfacipermetrina, bendiocarb, carbofurano, diazinon, etofenprox, glifosato, malathion e piripoxifem.
Os resultados demonstram que os pesticidas causam mortes e malformação de fetos em embriões de peixe-zebra até mesmo em dosagens equivalentes a até um trigésimo do recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Quando ele não matava, causava anomalia, o que para mim é uma coisa extremamente preocupante”, alerta Mônica, explicando que a genética do zebrafish, como é conhecido, é 70% semelhante à dos seres humanos. 


https://apublica.org/2019/09/pesquisadora-e-perseguida-apos-comprovar-que-nao-existe-dose-segura-de-agrotoxicos/ 
https://portrasdoalimento.info/2019/09/30/pesquisadora-vira-alvo-de-perseguicoes-apos-comprovar-que-nao-existe-dose-segura-de-agrotoxicos/#


sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Questão dos agrotóxicos exige debate qualificado

 Larissa Bombardi

Resultado de imagem para agro toxico


O consumo de agrotóxicos é um grande negócio mundial que tem óbvia relação com outro mercado, o da produção de alimentos, mas que deve ser entendido também em suas estratégias particulares. Nos últimos anos, o Brasil tem ocupado a primeira posição neste ranking. Sendo que, no período de 2000 a 2013, nos tornamos o maior importador mundial de agrotóxicos (PELAEZ, V. et al.,2016).
Muito se tem discutido a respeito da classificação da posição dos países no que diz respeito à relação kg/ha (quilos por hectare) no consumo de agrotóxicos. De acordo com a FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), o Brasil tem uma posição abaixo (no sentido de utilizar menos agrotóxicos) daquela ocupada pelo Japão, por exemplo.
Por uma questão daquilo que chamamos na geografia de escala, não é possível comparar a agricultura japonesa com a brasileira, sobretudo porque sabidamente o Japão é um país que tem 70% de sua área ocupada por montanhas não cultivadas, tem uma densidade demográfica de 336 habitantes por km², tem outro modelo de agricultura e produz, majoritariamente, arroz.
Segundo a FAO o Japão consome em média 14,18 kg de agrotóxicos por hectare, enquanto no Brasil seriam apenas 2,77 kg por hectare, cerca de 1/5, portanto. Esse dado, isoladamente, deveria levantar a curiosidade de todos. Afinal, o Japão não se classifica como um produtor agrícola relevante.
Na ciência, para que um dado possa orientar uma reflexão correta, é preciso ponderá-lo em relação a um conjunto de fatores, ou seja, é necessário que se defina uma metodologia para que o dado possa passar por um escrutínio e ser efetivamente compreendido, tal como faremos nos parágrafos a seguir.

Continue a ler em 
https://www.poder360.com.br/opiniao/economia/questao-dos-agrotoxicos-exige-debate-qualificado-escreve-larissa-bombardi/  

 

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Agrotóxicos podem ser a causa de casos de câncer e malformação?

Essa é a pergunta estudada por pesquisadores do Brasil e do mundo. Casos no Mato Grosso, maior consumidor de agrotóxicos do país, chamam a atenção pela alta incidência de doenças nas regiões de maior produção agrícola

 Luana Rocha e Agência Pública/Repórter Brasil


 
A equipe da Repórter Brasil e da Agência Pública, em conjunto com pesquisadores da Public Eye, visitou três cidades no interior do Mato Grosso em busca dos possíveis efeitos dessas substâncias. Embora não seja possível concluir que os casos encontrados estejam relacionados a esses agrotóxicos, há diversos pontos que ligam as histórias de Kalebi, Emanuelly e Giovana a uma das grandes questões colocadas por médicos e pesquisadores de todo o mundo: estariam os agrotóxicos silenciosamente contribuindo para o desenvolvimento de algumas das piores enfermidades enfrentadas pela nossa geração? 
Entre os críticos dos agrotóxicos, alguns defendem que as políticas só vão mudar quando mais estudos forem feitos. “É preciso de mais pesquisas científicas para conseguir encontrar essa prova definitiva da relação dos agrotóxicos com doenças como câncer e malformação congênita”, afirma João de Deus, biólogo e especialista em segurança do trabalho do Ministério da Saúde, que atualmente mora em Sinop.
Outros pesquisadores entendem que os estudos existentes são o suficiente para mudanças nas políticas públicas, como ocorreu na União Europeia, que proibiu a atrazina e hoje debate a possível proibição do glifosato. “As evidências científicas disponíveis em nível mundial e nacional são concretas, já nos auxiliam no processo de transição para novos modos de produção e de minimização dos efeitos nocivos dos agrotóxicos na saúde humana”, afirma a pesquisadora da UFMT e enfermeira especialista em enfermagem obstétrica, Mariana Soares. “Porém os interesses políticos e econômicos do Brasil passam por cima de quaisquer estudos”

  PUBLICA - Agência de Jornalismo Investigativo

https://apublica.org/2019/05/agrotoxicos-podem-ser-a-causa-de-casos-de-cancer-e-malformacao/?mc_cid=8428cf9d61&mc_eid=87b2dd8b14

segunda-feira, 22 de abril de 2019

“Desfaça tudo essas reservas”, diz produtora a secretário em reunião de fazendeiros do Pará com governo federal

Ciro Barros - 22/04/2019

Em encontro fechado no Ministério da Agricultura, ruralistas do Pará cobram do governo Bolsonaro – apoiado por eles desde a campanha – medidas contra política ambiental, e mesmo ilegais, como fim da fiscalização e revogações de UCs


    Repórter da Pública presenciou reunião com secretário Nabhan Garcia

    Ibama engoliu críticas e fez promessas para agradar a produtores rurais

    Massacre de Pau d’Arco foi defendido por deputado Éder Mauro (PSD-PA) 

 

 O Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgãos encarregados por lei de fazer fiscalização ambiental, foram alvos de duras críticas e xingamentos. Era alguém tocar no nome deles e o burburinho começava. Aos poucos, palavras de ordem eram gritadas e aplausos efusivos demonstravam o apoio da plateia a quem tomava coragem de gritar no meio da multidão. Nas manifestações anônimas, feitas durante as falas, os órgãos foram acusados de praticar “terrorismo de Estado”, alguns disseram que o governo “tem que acabar” com eles, a despeito da obrigação do Estado em mantê-los, e os chamaram de “câncer”. Produtores falaram em “desfazer essas porcarias de Unidades de Conservação” (UCs) – termos similares aos usados por eles para se referir a outras áreas protegidas pela União, como terras indígenas e assentamentos de reforma agrária.
Nas falas feitas em um púlpito do auditório por produtores rurais e autoridades não ligadas ao governo federal, o tom não foi muito diferente.

...  https://apublica.org/2019/04/desfaca-tudo-essas-reservas-diz-produtora-a-secretario-em-reuniao-de-fazendeiros-do-para-com-governo-federal/?mc_cid=d17aa0e7e5&mc_eid=87b2dd8b14

Publica - Agência de Jornalismo Investigativo
 

segunda-feira, 15 de abril de 2019

“Coquetel” com 27 agrotóxicos foi achado na água de 1 em cada 4 municípios

Agência Pública/Repórter Brasil
Ana Aranha, Luana Rocha

 Especial: Por trás do alimento                                15/04/2019

Um coquetel que mistura diferentes agrotóxicos foi encontrado na água de 1 em cada 4 cidades do Brasil entre 2014 e 2017. Nesse período, as empresas de abastecimento de
1.396 municípios detectaram todos os 27 pesticidas que são obrigados por lei a testar.
Desses, 16 são classificados pela Anvisa como extremamente ou altamente tóxicos e 11
estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação
fetal, disfunções hormonais e reprodutivas. Entre os locais com contaminação múltipla
estão as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Manaus, Curitiba, Porto Alegre,
Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis e Palmas.




https://apublica.org/2019/04/coquetel-com-27-agrotoxicos-foi-achado-na-agua-de-1-em-cada-4-municipios-consulte-o-seu/

"Pública" é uma agência de jornalismo investigativo sem fins lucrativos




sexta-feira, 29 de março de 2019

Agricultura familiar passa a entregar produtos em todas as escolas públicas do DF

 Ascom Emater-DF
Diândria Daia

Todas as 669 escolas públicas do Distrito Federal passam a receber a partir deste mês produtos da agricultura familiar pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O programa vai beneficiar 480 mil alunos da rede pública de ensino e mais de 7 mil produtores rurais atendidos pela Emater-DF.
O PNAE funciona com repasses do governo federal para estados e municípios. Neste ano, o valor previsto para o DF é de R$ 19 milhões — 35% maior do que o do ano passado, que foi de R$ 14 milhões. Os recursos são liberados em dez parcelas (de fevereiro a novembro de cada ano).
Segundo a extensionista da Emater-DF Bruna Heckler, o mês de fevereiro ainda foi atendido com remanescentes do edital anterior. As entregas referentes ao edital de 2019 começaram este mês e são feitas todas as segundas-feiras nas escolas.
Até o ano passado, as entregas eram feitas em escolas de dez regionais de ensino. Agora, são em escolas de 14 regionais. “Um produto da agricultura familiar tem maior qualidade, maior durabilidade e precisa seguir um alto padrão comercial”, afirma a extensionista Bruna Heckler.
“Também aumentamos o número de itens do cardápio escolar que passamos a ofertar”, diz o gerente do escritório de comercialização da Emater-DF, Blaiton Carvalho. Os agricultores familiares que se organizaram para atender ao programa diversificaram seus plantios e conseguem atender a 30 itens do cardápio, incluindo produtos sazonais da região como morango e goiaba.
A entrega de produtos da agricultura familiar em 100% das escolas e o aumento dos recursos repassados só foi possível devido aos esforços conjuntos do grupo de trabalho formado por técnicos da Emater-DF, Secretaria de Agricultura, Secretaria de Educação e agricultores familiares do Distrito Federal.
http://www.emater.df.gov.br/agricultura-familiar-passa-a-entregar-produtos-em-todas-as-escolas-publicas-do-df/