quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O ESTÍMULO LOCAL E O CONSUMO DE PRODUTOS ORGÂNICOS EM BOTUCATU, S.P.

José Matheus Yalenti Perosa; Roberto Giro Moori; Marta Fabiano Sambiase Lombardi; Bruno Benzaquen Perosa
Este estudo teve como objetivo, avaliar as características de consumo de produtos orgânicos na cidade de Botucatu – SP, identificando, adicionalmente, como o desenvolvimento agro ecológico na região influencia o consumo de tais produtos. Foram entrevistados setenta consumidores através de um questionário estruturado, dividido em quatro blocos: (a) perfil dos respondentes; (b) tipo de produtos orgânicos consumidos pelos respondentes; (c) local de compra de produtos orgânicos; e (d) identificação das razões pelas quais o consumidor opta por este tipo de produto. As informações coletadas foram trabalhadas com estatística descritiva e análise fatorial. Os resultados mostram coerência com estudos realizados em outras localidades, indicando alto nível de escolaridade dos consumidores, preocupados com saúde e meio ambiente. Os resultados da pesquisa demonstraram que o consumidor de produtos orgânicos de Botucatu é fortemente preocupado com a reputação do produto, valorizando mecanismos de garantia da qualidade, marca, rotulagem, normas, rastreabilidade e certificação; a outras categorias de atributos como preço e acessibilidade. Foi identificado também que organismos institucionais contribuem com papel facilitador e viabilizador de movimentos favoráveis a esta categoria de produtos.

ESTRATÉGIA DE AÇÃO PARA A PRODUÇÃO ORIENTADA DE HORTALIÇAS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Ana Maria Montragio Pires de Camargo; Denise Viani Caser; Marineusa Takaes; Waldemar Pires de Camargo Filho
A produção de um bem de consumo na Agricultura exige planejamento, administração do uso de fatores de produção (recursos naturais, mão de- obra, insumos, irrigação, máquinas, etc.) e sua posterior comercialização no mercado. Além de todos esses entraves gerenciais, no processo produtivo agrícola, existem dois obstáculos intrínsecos à atividade: em curto espaço de tempo, a produção sofre influência direta do clima e a venda do produto depende da eficácia dos agentes de comercialização, do poder aquisitivo do consumidor e da competição entre alimentos.
Em olericultura existem outros dois obstáculos que conseguem desarticular o sistema produtivo e o mercado. O primeiro é que as hortaliças, por serem culturas de inverno, com o início dos plantios geralmente em julho - época mais propícia ao seu desenvolvimento - provocam concentração excessiva da produção, dado que todos os olerícolas (cerca de 70 espécies) têm suas maiores safras concentradas no período compreendido entre setembro a janeiro. O segundo motivo é que os produtores não seguem planejamento rigoroso da área a ser cultivada. Basta que algum produto tenha preço alto, por qualquer motivo, os olericultores reagem produzindo mais e, conseqüentemente, os preços em breve tornam-se baixíssimos, o que implica em prejuízos financeiros e grandes perdas de alimento na região de produção.

sábado, 19 de novembro de 2011

PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE HORTALIÇAS FOLHOSAS: organização das informações decisórias ao cultivo

Waldemar Pires de Camargo Filho; Felipe Pires de Camargo
O estudo analisa as mudanças recentes no mercado de hortaliças folhosas e deflores comestíveis, com a participação crescente da rede supermercadista nas vendas a varejo. Apresenta a produção paulista de hortaliças que em 2006 foi de 3,5 milhões de toneladas, participando com 20,3% da produção nacional. Analisa a diminuição do consumo em domicilio de 8,3kg per capita em 1987-88 para 4,2kg em 2002-03 das principais verduras para salada, cocção e condimentares, frente ao crescimento do consumo de refeições fora do lar. Diante de uma infra-estrutura de comercialização que utiliza o mercado atacadista (CEASAs e entrepostos), que necessita de transformações de logísticas para participar da distribuição com agregação de valor, sugere organização da produção para atingir a sustentabilidade no agronegócio de hortaliças e preservação dos mananciais nos cinturões verdes de São Paulo e do Brasil.

ANÁLISE DOS CONDICIONANTES DA PRODUÇÃO OLERÍCOLA NO BRASIL, 1995-2006, E EM SÃO PAULO, 1995-2007

Felipe Pires de Camargo; Ana Maria Montragio Pires de Camargo; Waldemar Pires de Camargo Filho
O objetivo do estudo é analisar a evolução do setor produtivo olerícola no Brasil para as principais hortaliças e avaliar as mudanças ocorridas em São Paulo nos quatro principais grupos de 32 produtos, no período 1995-2007, com base no cálculo da contribuição da área e da produtividade para expansão da produção. No Brasil, no período 1995-2006, a área cultivada com olerícola contribuiu com 8,2% para acréscimo da produção e a produtividade com 91,8%, sendo que a evolução da produção dos principais olerícolas estudados (batata, cebola, cenoura, melancia e tomate) envolveu a acomodação e melhoria dos cultivos em algumas regiões e Estados, em detrimento de São Paulo. Essa alteração proporcionou à produção nacional expansão da área e melhoria da produtividade, com épocas de cultivo mais bem distribuídas durante o ano. No Estado de São Paulo a área média cultivada dos 32 principais olerícolas, entre os triênios inicial e final do período analisado, aumentou em 0,5% e todos os produtos tiveram ganhos de produtividade (em média 21,4%), que foi a principal fonte para a expansão da produção. Grandes olerícolas, como tomate para mesa e indústria, batata e cebola tiveram alterações substanciais na forma de produção, com intenso uso de inovações tecnológicas.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A TERRITORIALIZAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR E A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS EM FLÓRIDA PAULISTA/SP

Valmir José de Oliveira Valério; Antonio Thomaz Júnior

Tratamos aqui da expansão da cultura da cana-de-açúcar no município de Flórida Paulista/SP, no período de 1995/96 a 2007/2008, com base nos dados oficiais e observações empíricas realizadas in loco, com as atenções voltadas para a produção alimentar e o movimento de territorialização, desterritorialização e reterritorialização comandado pelo capital canavieiro, responsável pela atual formatação do espaço agrícola local e regional. Assim, buscamos entender as articulações engendradas pelo capital no processo de incorporação de terras ao seu empreendimento e as implicações na destinação de espaços à produção de alimentos constituintes da cesta básica que, atualmente, caracterizam-se cada vez mais como espaços residuais, acenando para um risco à Soberania Alimentar das populações.

UTILIZAÇÃO DE FERTILIZANTES FORMULADOS NAS CULTURAS ANUAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Célia Regina R.P. T. Ferreira; Maria Carlota M. Vicente; Elizabeth Alves e Nogueira
O trabalho procura identificar as fórmulas de adubação, empregadas no plantio das principais culturas anuais do Estado de São Paulo, bem como estimar as quantidades utilizadas desses fertilizantes por Divisão Regional Agrícola (DIRA) e para o Estado, na safra 1987/88.
Os resultados obtidos apontaram um elevado número de formulações, embora a maioria das DIRAs, dos imóveis rurais e das atividades agrícolas estudadas se concentrem no uso de algumas fórmulas, como a 04-14-08, por exemplo. Nessas lavouras, os agricultores aplicaram uma adubação mais pesada em fósforo, seguida de potássio e, em menor porcentagem, de nitrogénio. Constatou-se, ainda, que o comportamento dos produtores com relação ao emprego dos fertilizantes no plantio esteve, de modo geral, muito próximo das recomendações técnicas da pesquisa para o setor agrícola paulista.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Integração vertical na citricultura paulista: a terra como um recurso de poder das empresas processadoras

 Vieira, Ana Claudia e Alves, Francisco José da Costa
Este artigo trata da estratégia de verticalização para trás adotada pelas empresas processadoras de suco de laranja concentrado localizadas no Estado de São Paulo. Insere na discussão dessa estratégia o papel que a terra desempenha, uma vez que, considerando o mercado de terras no Brasil, ela é adquirida não apenas pelo aspecto diretamente relacionado à produção, mas também por ser um ativo que se valoriza. Utilizando a abordagem das redes de poder, este trabalho enfatiza os recursos de poder possuídos pelas empresas processadoras e também o ambiente institucional como elementos facilitadores da integração vertical por parte das indústrias processadoras. Após a adoção da estratégia, os recursos de poder das empresas são fortalecidos.